Dias antes um conhecido avisa por Messenger que não poderá ir ao encontro por que tem que assistir a final do torneio. Aos poucos a grande imprensa deixa de lado as notícias diárias do futebol e foca na grande decisão.
Na data do jogo, logo cedo, recebo pelo WhatsApp foto de um companheiro na sacada de sua casa segurando a faixa de um dos finalistas da competição. No Facebook, começam calorosas discussões semelhantes àquelas dos clássicos do Brasileirão. Alguns trocam o perfil ou postam imagens relacionadas ao seu time favorito.
De repente, pela rede social, encontro um brasileiro abraçado a Zico. Ele fez uma foto com o ex-craque antes de ingressar no estádio onde ocorreria a partida da finalíssima. A imagem foi postada no Instagram e no Facebook – e foi altamente curtida.
No Twitter leio palavras de torcedores ansiosos nesse sábado de futebol. Discutem quem ganhará. São debates acalorados típicos de rixa entre clubes locais.
Horas antes do jogo, toda a festa exibida pela televisão brasileira, os shows, a torcida, a chegada dos times na arena. Enfim, o momento que antecede ao grande confronto.
Na hora da partida, gritos de torcedores nos bares e das janelas. A rede social entra em êxtase. Alguns comemoram, uns berram chupa fulano, outros parecem não conter a alegria. Até fogos de artifício se ouve.
Isso foi tudo que envolveu no Brasil (repito, no Brasil) a final da Liga dos Campeões da Europa entre Juventus e Real Madri, em Cardiff, no País de Gales. O torneio realmente desperta interesse dos apaixonados pelo futebol. Trata-se dos melhores do mundo em ação.
Mas pela mobilização que alcançou aqui na final podemos cravar que a Liga da Europa realmente se consagrou no Brasil. Por isso todas as fases do torneio são exibidas pela televisão no País. E por tabela justifica a enxurrada de campeonatos nacionais europeus devidamente relacionada na programação da TV nos finais de semana.
Isso não é de hoje, nem de ontem. Isso foi um trabalho de longo prazo que, parece, chegou ao seu momento de consolidação. O futebol na Europa é ótimo e muito organizado. Os mais valorizados craques estão lá.
Mas tudo isso me faz questionar comigo mesmo quando a Copa Libertadores da América chegará a esse nível de interesse do outro lado do oceano – mesmo que seja somente um terço do que é a Liga dos Campeões.