Devo confessar que eu não esperava um desempenho assim tão convincente do Rio Branco nas primeiras rodadas da série D do campeonato brasileiro de 2017. O Estrelão acreano, a essa altura, é o único dos 68 times que jogam a competição já classificado para a próxima fase.
A atuação do alvirrubro até aqui é impecável. Quatro jogos disputados, sendo dois deles fora dos seus domínios, e quatro vitórias na sua conta. Dez gols marcados e somente cinco sofridos. Trata-se de números que demonstram o equilíbrio entre as várias linhas da tal equipe.
Nas partidas finais do campeonato acreano, contra o Atlético, bem como no primeiro jogo da série D, contra o São Raimundo (RR), havia como que um descompasso afligindo o clube acreano: o ataque até que funcionava bem, mas a defesa, naqueles momentos, parecia caso de polícia.
Diante dos fatos referidos, então, é que eu, como disse lá nas primeiras linhas deste texto, não esperava que o Rio Branco fosse sair por aí fazendo cabelo, barba e bigode de quantos aparecessem à sua frente. Pelo menos não esperava que o time engrenasse assim de forma tão rápida.
A desconfiança, a propósito, não era somente minha. Lembro-me de outros internautas torcedores do Estrelão que também manifestaram a sua preocupação com o sistema defensivo do time. Caso, por exemplo, do ilustre doutor Mth Matatias (é desse jeito que ele se identifica no facebook).
O agente de viagens Ezequias “Açaí Sarado” é outro adepto das cores do Estrelão que perdia parte significativa das unhas, bem como da já rala cabeleira, a cada jogo que o seu time do coração marcava gols preciosos lá na frente, mas tomava tudo o que não devia lá na parte de trás.
Por outro lado, deixando o Estrelão de lado, que vem cumprindo muito bem o seu papel, até a quarta rodada da série D, devo confessar também que não fazia parte das minhas expectativas esse empate do Atlético contra o Real Desportivo, da nossa vizinha a aprazível Rondônia.
Afinal de contas, o Real Desportivo vinha de três lapadas consecutivas, sem haver marcado um golzinho chorado sequer. Uma semana atrás, inclusive, o Real perdera para o próprio Atlético por cinco a zero. Então, pela lógica, o Galo deveria hoje contabilizar mais uma vitória.
É isso, meu caros. Se as minhas confissões não chegam nem aos pés daquelas um dia expressadas pela filosofia de Santo Agostinho, pelo menos que sirvam para relembrar de como pode ser estranho o futebol: eterno delírio que transita entre a caixinha de surpresas e o princípio da incerteza.