Fim da linha

Mais uma vez o Rio Branco ficou pelo meio do caminho na tentativa de subir para a série C do campeonato brasileiro. Desta feita, o responsável pela eliminação do Estrelão foi o Maranhão. A vitória por dois a zero em São Luís e o empate por um a um no Acre tiraram o time acreano do game.

A última vez que o Rio Branco jogou a série C foi em 2013. Depois de uma confusão jurídica que o tirou de cena em 2012, o Estrelão retornou à luta via acordo judicial. Mas foi um retorno desastroso. Naquela oportunidade, o alvirrubro perdeu dezoito das vinte partidas disputadas.

De lá pra cá, como se fosse um náufrago cansado de tanto brigar contra a maré, o máximo que o time conseguiu foi morrer na praia depois de uma longa jornada rumo ao nada. No ano passado, por sinal, o Estrelão não conseguiu sequer passar da primeira fase. Ou seja: morreu em alto mar.

A boa campanha na fase inicial da competição deste ano, que lhe dava o direito de decidir a sua sorte em casa, me fez ficar otimista no que diz respeito às chances de o Estrelão ir mais longe, pelo menos até as quartas-de-final, quando os confrontos tendem a continuar regionalizados.

Se esse fosse o caso, supondo-se que o Atlético também pudesse superar os seus adversários, muito provavelmente os dois se encontrariam nas tais quartas-de-final. E então, como depois das “quartas” vêm as semifinais, os acreanos teriam pelo menos uma equipe na série C de 2018.

O gol marcado pelo Rio Branco no finalzinho do primeiro tempo do jogo da volta me deu mais esperança ainda. Bastava mais umzinho para a decisão ir aos penais. E se esse um pudesse ser dois, então a fatura estaria liquidada. Perfeitamente possível para quem jogava em domínios próprios.

A bola, essa deusa caprichosa, principalmente com quem não a trata bem, entretanto, teimou em não beijar mais as redes dos maranhenses. Muito pelo contrário. Lá pelas tantas, percorrendo caminhos tortuosos e seguindo sopros de vento nordeste, ela resolveu entrar no gol do Estrelão.

Estava decretado o fim da linha do maior ganhador de títulos da história do futebol acreano. Corre o mês de julho e o Rio Branco não tem mais calendário em 2017. Vai ficar somente planejando a próxima temporada. E, se tiver juízo, vai procurar também um divã de psicanalista.

Aos olhos recheados de pálpebras espessas e profunda melancolia dos simpatizantes do Estrelão só resta agora espiar, ainda que de esguelha, o desempenho do Atlético, que ainda segue vivo na disputa. O Atlético agora é o Acre. Tomara o céu fique azul. E que esta seja a cor do amanhã.