Primeira batalha

O Atlético foi derrotado na primeira batalha das oitavas de final da série D. Na noite de segunda-feira o Galo acreano foi batido pelo Gurupi por um gol a zero. Mas não há nada definitivamente perdido. Vai ter o jogo da volta, a segunda batalha, e essa desvantagem pode sim ser revertida.

Não é bom perder. Em nenhuma circunstância é bom perder. O ideal é vencer sempre. Mas esse ideal só pode ser conseguido no mundo dos sonhos. Na vida real, pode-se perder num dia e ganhar no outro. O importante é fazer com que as vitórias sejam maiores do que as derrotas.

As circunstâncias desse jogo de segunda-feira eram mesmo favoráveis ao Gurupi. O time tocantinense jogava em casa, com o apoio da sua torcida, sem o desgaste de uma longa viagem, além de ser conhecedor de cada centímetro do local da disputa. A lógica o apontava como favorito.

Ao Atlético, segundo as narrativas que eu li na internet, sequer foi dado o direito de fazer o reconhecimento do campo onde o jogo seria realizado. Essa que é uma providência ao mesmo tempo essencial e elementar. Não deixaram os atletas do Galo nem entrar no estádio estranho.

Essas circunstâncias todas mudam de lado, porém, para a segunda batalha entre as mesmas equipes, marcada para o próximo fim de semana. Tudo o que afetou o Atlético no jogo da ida passará a fazer parte das preocupações do Gurupi no jogo da volta. Aí é hora de devolver a derrota.

Não somente devolver a derrota, como cobrar alguns juros e, se possível, acrescentar alguma correção monetária. Quer dizer: construir um placar mais folgado, ganhar com mais gols de diferença. Devolver o um a zero leva a decisão para os pênaltis. E isso é, com certeza, fator de risco.

Aliás, é bom que se ressalte que apesar das circunstâncias pouco favoráveis, o Atlético jogou de igual pra igual com o Gurupi. E teve boas chances de marcar quando o jogo ainda estava em zero a zero. Ou seja: se, apesar de tudo, o jogo foi parelho, então o bicho não é assim tão horrível.

Com uma semana para recuperar as energias, treinar jogadas mortais e traçar uma boa estratégia, o Atlético tem tudo para avançar para as quartas de final da série D. A decisão é em casa, a torcida celeste deverá apoiar, e os jogadores do Gurupi, pela lei do retorno, chegarão desgastados.

É por aí. Que a bola possa se render às carícias dos craques do Galo acreano. A bola é uma deusa cheia de caprichos. Mas também não costuma resistir quando os seus pretendentes lhe oferecem flores. Nesse caso, ela trata de retribuir os bons modos com a obediência das damas apaixonadas!