Dei uma passadinha ali pelo Caribe, mas já voltei. Coisinha rápida. Fui a Curaçao, o país ilha que até 2009 pertencia à Holanda. Ainda existe uma visceral proximidade entre holandeses e curaçuenses. Mas, a rigor, para todos os efeitos, de fato e de direito, Curação já é independente desde 2010.
A coisa que mais me impressionou nesse meu rápido rolê pelo Caribe foram as cores do mar e do céu. No que diz respeito ao mar, eu voltei maravilhado com o que vi. É que num mesmo local esse mar se veste de vários tons de verde e azul. E a gente não cansa de mirar o show cromático!
No contraponto do mar, erguer os olhos para o alto é se deparar com um céu do mais profundo azul. Um azul aqui e ali pontilhado por nuvens alvíssimas que vão incessantemente mudando de forma. As nuvens mudam de forma na tela azul e o pensamento da gente sai voando para a distância.
De um azul para o outro, eu não pude esquecer em nenhum instante, na minha estada no Caribe, do Atlético Acreano, que naquele domingo (13 de agosto) em que eu cheguei à Willemstad, capital de Curação, disputava o jogo que poderia fazê-lo subir um degrau na escalada do futebol brasileiro.
A situação acabou se configurando perfeita. As cores do mar e do céu do Caribe apreciadas pelos meus olhos vestiram a camisa do Galo acreano e o time brindou os seus torcedores com uma exibição de garra e técnica, suficiente para suscitar uma promessa de um novo ano cheio de emoção.
O jogo eu acompanhei pela internet, como sempre faço nas minhas ausências da terra um dia conquistada aos bolivianos pelo gaúcho Plácido de Castro. Justamente um conterrâneo do São José, time eliminado pelo Atlético. Sete mil pessoas, de corpo presente, vibraram com o feito do Galo.
Eu diria que foi um domingo azul na minha vida: o mar, o céu e a camisa do time que, independente de alguma momentânea (ou definitiva) paixão clubística minha e dos demais acreanos amantes do futebol, enchia-nos de orgulho naquele instante. Foi a prova de que o futebol do Acre vive.
Pra não dizer que tudo foi perfeito (dificilmente alguma coisa é perfeita, né não?), devo confessar que esqueci de colocar na minha mala uma camisa do Galo que um dia me foi presenteada pelo ex-presidente Edson Izidório. Seria a camisa perfeita para usar no jantar daquele domingo.
Ah, sim, devo acrescentar um último detalhe antes de encerrar esses devaneios de hoje: para acompanhar os suculentos camarões devidamente degustados no jantar, pedi para beber um licor feito de laranjas, produzido no local, chamado “Curaçao Blue”. Azul, portanto. Nada mais apropriado!