Setembrinos

Palavrinha encardida essa aí do título. Pra falar a verdade, nunca vi alguém usando-a. Mas ela existe. Está lá nos melhores (e piores também) dicionários da língua portuguesa. “Setembrinos” diz respeito àquelas criaturas que nasceram ou àquelas entidades fundadas no mês de setembro.

A palavrinha encardida me ocorreu pelo fato de que eu me peguei lembrando por esses dias o quanto o mundo do futebol está repleto de datas significativas no mês de setembro. Datas que vão desde o nascimento de jogadores famosos, passando pela criação de clubes, até a jogos lendários.

Foi no mês de setembro, por exemplo, exatamente no primeiro dia do mês, que nasceu o atual técnico do Fluminense, Abel Braga. E, por coincidência (ou não, sei lá eu), foi no dia 1º de setembro que nasceu o Ruud Gullit, craque da seleção holandesa que um dia maravilhou o planeta.

A lista de personalidades do mundo do futebol nascidas no mês de setembro se estende a perder de vista, se gente for procurar direitinho. Vou citar só mais três, para não me alongar em demasia: Valderrama, da seleção colombiana; Renato Gaúcho, hoje técnico do Grêmio, e Leônidas da Silva.

Leônidas da Silva, atacante que nasceu no dia 6 de setembro de 1913, e que disputou as Copas de 1934 e 1938, além de ter brilhado intensamente vestindo a camisa do São Paulo, foi simplesmente o sujeito que inventou a “bicicleta”. Goleador e técnico, o camarada jogava até de cabeça para baixo!

E foi também num mês de setembro que se deu a fundação de clubes como o Corinthians Paulista, em 1910 (dia 1º); o Avaí, em 1923 (dia 1º); o Treze de Campina Grande, em 1925 (dia 7); o Grêmio Portoalegrense, em 1903 (dia 7); o América, em 1904 (dia 18); e o Peñarol, em 1891 (dia 28).

Falando do futebol acreano, eu conheço pelo menos dois cracaços que nasceram em setembro: o meia Mariceudo, que brilhou com as camisas do Juventus, do Rio Branco e do Independência; e o atacante Julinho, que vestiu com destaque as camisas de Rio Branco, Independência e Atlético.

Coincidentemente (ou não, igual eu disse lá no terceiro parágrafo), ambos, Mariceudo e Julinho, nasceram no dia 7, dia dedicado à Pátria, mãe gentil, Independência ou Morte. Separados por alguns anos (Mariceudo é de 1958, enquanto Julinho é de 1963), mas vindos à luz no mesmo dia do mês.

O detalhe é que Mariceudo ia se chamar Pedro, em homenagem ao sujeito que proclamou a independência do Brasil. E Julinho ia se chamar Setembrino, em homenagem ao mês. Só na última hora é que Cholada (pai de Mariceudo) e Júlio Figueiredo (pai de Julinho) mudaram de ideia. Rsrs.