MANOEL FAÇANHA
O futebol de base pode ter uma grata surpresa nos próximos dias. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está entrando contato com as federações filiadas no sentido de consultar os dirigentes a respeito do retorno do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais. Bastante tradicional durante décadas, a competição depende somente do aval da maioria dos dirigentes para ser reativada.
De acordo com Antonio Aquino Lopes, presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), a competição não deixa de ser uma vitrine para centenas de atletas do país, pois reunirá os melhores de cada estado numa única equipe. O dirigente explicou que o torneio será organizado e patrocinado (hospedagem, alimentação e transporte) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e terá transmissão televisiva de alguns jogos. O dirigente acredita que, no máximo, até segunda-feira, a entidade futebolística nacional esteja oficializando o retorno do torneio, que está previsto para o mês de novembro, mas sem mais detalhes a respeito de locais de jogos e regulamento.
A reativação do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais é uma antiga reivindicação de algumas federações filiadas a CBF, entre elas, aparece a Federação de Futebol do Acre (FFAC).
Histórico
Surgido na primeira metade do século XX, o Campeonato Brasileiro de seleções foi disputado 30 vezes, sendo que a última delas rolou em 1987. O então Distrito Federal (o Rio de Janeiro, antes da fundação de Brasília) foi campeão 14 vezes, contra 13 de São Paulo. Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (já na geografia como conhecemos) faturaram a competição uma vez cada.
A competição, ao lado do Torneio Rio-São Paulo, teve fundamental importância na criação de competições nacionais de clubes – e justamente por conta destes, acabou perdendo brilho. Com poucas pausas nas décadas de 30 e 40, passou a ser disputado de forma mais intermitente nas décadas de 50 e 60.
Desde então, as disputas entre seleções estaduais se tornaram raras – casos dos jogos entre SP e RJ em 1996, ou de SP e PE em 2007. Nas ocasiões, porém, as equipes atuaram com jogadores profissionais de seus principais clubes, emprestando prestígio às partidas.