Na última coluna “Giro Brasil”, foi publicado o texto “Livro de Romário sobre Caso FIFA ‘esquece’ a globo”. O artigo questionava o fato do livro lançado pelo senador Romário em setembro último sobre o Caso FIFA não fazer referência ao argentino Alejandro Burzaco, da Torneos y Competencias, e a empresa Full Play, também voltada a negócios no futebol – ambos acusaram a Globo em depoimento realizado em novembro à Justiça dos Estados Unidos dentro do âmbito do Caso FIFA, que investiga corrupção no futebol mundial.
Relatório produzido pelo senador Romário ao final de uma CPI liderada por ele em 2015 e 2016 para investigar o caso, é tema desse seu livro lançado recentemente intitulado “Um olho na bola, outro no cartola”. O relatório da CPI elaborado pelo senador, ao contrário do livro, cita por diversas ocasiões as operações de Buzarco e a Full Play no mundo do futebol.
A assessoria do Senador Romário enviou nesta quinta (28/11) a seguinte nota de esclarecimento sobre o texto do livro do Romário publicado aqui neste espaço:
“Referente ao seu comentário sobre o livro ‘Um Olho na Bola, Outro no Cartola’, é oportuno esclarecer que a CPI do Futebol, presidida pelo Senador Romário, não avançou nas investigações sobre Alejandro Burzaco e a Full Play por uma razão bem simples: trata-se de um cidadão e de uma empresa argentinas, e a CPI não tem como alcançar contas bancárias domiciliadas fora do Brasil.
Lembramos, também, que os depoimentos do Caso FIFA, no processo em julgamento nos Estados Unidos, mostram que as transações financeiras de pagamento de propina eram todas feitas fora do Brasil, envolvendo paraísos fiscais, também fora do alcance das quebras de sigilo bancário promovidos pela CPI.
Esclarecemos, finalmente, que os originais do livro em questão foram entregues à editora em maio passado, isto é, bem antes de vir a público os detalhes de agora sobre as operações internacionais de corrupção no futebol”.
Por fim, a nota encerra informando que o relatório da CPI do Futebol elaborado pelo senador, se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF), devendo ser relatado pelo ministro Celso de Mello.
De acordo com apurado pelo autor desta coluna, o relatório chegou ao STF em agosto último, depois da abertura de inquérito pela Polícia Federal do Rio de Janeiro em abril. O caso foi parar no Supremo por que o relatório do senador Romário, em suas considerações finais, pede indiciamento de vários dirigentes da CBF e intermediários de contratos da confederação com emissoras de TV e patrocinadores – como um deles tem foro privilegiado, o deputado federal Marcus Vicente, que é vice-presidente da CBF, o caso foi remetido ao Supremo, depois do parlamentar questionar a competência da Justiça do Rio em investigá-lo.