Essa história de “sorteio” dirigido, do jeito que se faz para estabelecer quem joga contra quem na primeira fase da Copa do Mundo, não bate com a minha ideia de “sorte”. Na minha cabeça, dirigir um sorteio significa reduzir as chances de fazer uma seleção pouco tradicional se dar bem e ser feliz.
Eu sei que o tal sorteio dirigido se justifica para não deixar que as seleções mais fortes se enfrentem assim logo de cara. No pensamento dos organizadores da competição, se as seleções melhor ranqueadas se pegassem nas primeiras escaramuças, o torneio ficaria um tanto quanto esvaziado.
Por conta desse mais recente “sorteio dirigido”, oito seleções (Rússia, Portugal, França, Argentina, Brasil, Alemanha, Bélgica e Polônia) estão proibidas de se encontrar nos primeiros jogos da Copa do Mundo de 2018. Isso soa para mim como uma verdadeira intervenção. Uma trapaça na sorte.
O sistema é esse e está acabado. Mas, como eu tenho uma tendência de pensar sempre de maneira enviesada, fico imaginando em como seria interessante se a Copa já começasse com jogos de arrepiar o coração. Começasse com clássicos tipo Brasil x Argentina ou Brasil x Alemanha etc.
Eu queria ver era um grupo daqueles chamados “da morte”. Um grupo que reunisse, para começo de conversa, por exemplo, Brasil, Argentina, Alemanha e França. A porrada ia comer no centro e quem fosse podre que se arrebentasse. Show de bola. A fase “mamão com açúcar” viria depois.
Se fosse assim como eu estou imaginando na minha crescente maluquice, nós poderíamos ver uma seleção dessas consideradas fraquinhas avançar até um estágio mais próximo da final. E aí, quem sabe, o mapa da bola planetário fosse alterado, possibilitando o crescimento de novos times.
Mas não. O negócio é manter o status quo. O sorteio mantém as grandes seleções para um lado e as pequenas para outro. Teoricamente se uma seleção pequena quiser crescer tem que provar o pão que o diabo amassou desde o comecinho. Enfrentar um dragão voador a cada rodada.
Da minha parte, só para ver o circo pegando fogo e os cartolas com as calças na mão, fora o Brasil, cabeça de chave do Grupo E, eu vou torcer para que todos os outros melhor ranqueados saiam na primeira fase. Meu negócio é desejar “Go home” para Argentina, Alemanha, França e assemelhados.
Que possam se dar bem na primeira fase da Copa o Egito, a Arábia Saudita, o Marrocos, o Irã, a Austrália, a Nigéria, a Suécia, a Coréia do Sul, o Panamá, a Tunísia, o Senegal, o Peru, o Japão… Enfim, que os redondos deuses da bola possam anular os efeitos trapaceiros do “sorteio dirigido”.