O Campeonato Brasileiro da Série C é o mais difícil de prognóstico por que é o maior em equilíbrio entre todas as quatro séries do Brasileirão. Mas o Atlético-AC tem tudo para ir bem na competição.
Não é de hoje que o Galo tem mostrado consistência construída a partir da base, um fato cada vez mais raro no futebol brasileiro, mas que dá resultado quando bem aproveitado. Talvez Álvaro Miguéis, com seu olhar muito técnico e aplicado, tenha ajudado nisso.
O comandante empreendeu método ao time baseado na capacidade individual em prol de um conjunto denso de atuação em campo – e complicado para os adversários tanto para transpor como se defender. Polaco, um meia-atacante moderno, é o símbolo maior disso.
O jogo com o Atlético-MG foi exemplo claro de organização. Oswaldo de Oliveira, agora demitido do comando do Galo, nervoso à beira do campo ao final da partida é mostra inconteste da apreensão que ele teve não somente com sua equipe (convenhamos, mais mal arrumada do que ruim, de fato), mas a audácia de seu adversário acreano.
Oswaldo já rodou muito para ficar do jeito que ficou dentro de campo – soma-se ao fato que ele teve bate-boca depois do empate com repórter de rádio mineira, impulsionando a sua demissão. O Galo Carijó merecia a vaga, não conseguiu, mas ajudou a derrubar Oswaldo, para alegria dos torcedores atleticanos de Minas.
Faço um adendo ao sufoco do Atlético-MG: nunca vi um início de ano tão ruim para os times que se dizem grandes do futebol brasileiro. Leia-se Botafogo desclassificado de virada na Copa do Brasil; um empate salvador aos 52 minutos do segundo tempo do Coritiba contra uma equipe que nunca tinha ouvido falar do Piauí na mesma competição; a vergonhosa participação do Grêmio no Campeonato Gaúcho; e uma desconfiança generaliza com clubes da elite do Rio e de São Paulo em relação ao desempenho esperado para esse ano.
Voltando ao Atlético-AC, o time pode ser a esperança de volta ao Estado que tem o melhor futebol do Norte depois do Pará – se é que não pode brigar com eles de igual para igual daqui para frente. O Galo Carijó traz orgulho aos acreanos.
Quem viu o jogo pela televisão identificou uma equipe altamente competitiva. Aliás, deve ter sido bom também para os patrocinadores do Galo Carijó: rede de lojas do Supermercados Araújo e Unimed-Rio Branco – ganharam projeção ajudada por um time que honrou a camisa.
Com uma folha de pagamento de menos de R$ 100 mil mensais, o Atlético-AC deve fazer tremer quem encontrar pela frente nos próximos meses. Que isso se concretize.