O retrospecto do tradicional e simpaticíssimo São Francisco no campeonato acreano de 2018 é pra lá de sofrível. O chamado “time católico” jogou seis vezes e perdeu todas. Muitas dessas derrotas foram por elásticas e sonoras goleadas. O São Chico é o lanterna isolado da competição!
O São Francisco, pra falar a verdade, em que pese os seus anos de estrada, sempre foi tido e havido como time pequeno. Aquela equipe cheia de dificuldades que entra em campo só mesmo para cumprir a tabela. No campeonato do São Francisco, a grande aspiração é a de não ser rebaixado.
Neste certame que ora se encaminha para o seus estertores, infelizmente para o São Francisco o roteiro de escapar da queda para a segunda divisão não foi cumprido. O time lutou com todas as forças disponíveis, às vezes até tentou ir pra cima dos adversários, mas não deu.
Quer dizer, rebaixado mesmo, assim com todas as letras, do ponto de vista dos números, o São Francisco ainda não foi. Ainda resta um fiozinho de esperança. Para escapar, basta vencer o Vasco da Gama por nove gols de diferença na última partida do returno. Basta isso. Coisinha à toa!
Eu, sinceramente, não acredito. Nem eu, nem o treinador do time, o Marquinhos Gomes. Ele, inclusive, já confessou a sua desesperança em entrevistas concedidas à diversos órgãos de imprensa. O Marquinhos fala com as palavras da razão. Ganhar de nove, só nos delírios mais extremos.
Mas, por incrível que pareça, existe quem acredite numa reviravolta de última hora. Uma dessas pessoas que garante que nem tudo está perdido para o lado do São Francisco é o Lula, reserva do Bico-Bico na década de 1970, que eu encontrei na manhã de sexta-feira, nos corredores da Ufac.
O Lula me disse o seguinte: “Professor, em futebol nada está definido antes do apito final. Ademais, a história desse esporte está cheia de situações de inversão da lógica. O exemplo é a Copa de 2014. Quem seria capaz de prever aquela porrada que o Brasil levou da Alemanha? Quem? Hein?”
É um argumento interessante esse do Lula. Mas é um argumento muito mais baseado numa espécie de fé cega do que em alguma espécie de dado real. O Lula, aliás, é um homem profundamente religioso. Não perde uma procissão e ainda reclama quando a missa demora menos de duas horas.
Qualquer que seja o destino do São Francisco, porém, uma coisa deve ser exaltada: os dirigentes do clube tem uma coragem danada de botar o time em campo sem nenhuma condição de fazê-lo. O São Francisco é um exemplo de amor ao esporte. Pode até ser goleado, mas não arreda o pé da luta!