De passagem por Rio Branco na primeira metade deste mês de março que já vai para o espaço da memória, tive a oportunidade de levar um papo com vários antigos ídolos do futebol acreano. Entre esses antigos ídolos, o ex-goleiro Tidal, que dedicou sua vida em defesa das cores do Atlético.
A história do Tidal no Galo do Segundo Distrito começou no time juvenil, no ano de 1972. Ele, que jogava num time do bairro Quinze chamado São Raimundo, foi levado para o Atlético pelo ex-ponteiro esquerdo Maurício Bacurau, irmão do também ex-jogador Fernando Diógenes.
No primeiro semestre de 1973, aos 18 anos (ele nasceu no dia 10 de setembro de 1954), Tidal foi alçado ao time principal pelo técnico Alício Santos. Daí até 1991, ora como titular, ora como reserva, Tidal, cujo nome de batismo é Ocivaldo Pinto Venâncio, sempre esteve a serviço do Galo.
Dos goleiros que o fizeram esquentar o banco de reservas durante a sua longa estada no Atlético, Tidal lembrou durante a nossa conversa dos seguintes nomes: Zé Augusto, Milton, Ilzomar, Ronaldo Terereo, Zezito, Xepa e Antônio José. “Mas eles passavam e eu ia ficando”, disse ele.
A respeito de momentos de profunda emoção, Tidal contou que nada se comparou aos dois títulos estaduais que ele conquistou, um na época do amadorismo, em 1987, e outro como profissional, em 1991. “O título de 1987 foi bastante importante porque o jejum do time era enorme”, explicou Tidal.
O primeiro título, de acordo com Tidal, demorou demais. “O Galo havia sido campeão em 1968. Depois disso, só levantou o caneco em 1987. Nesse período montou grandes equipes, com muita gente importada do Rio de Janeiro. Mas sempre dava alguma zebra. Demorou muito”, lamentou.
Os personagens marcantes da sua vida enquanto futebolista? Tidal não pensou muito para responder, citando “Flora Diógenes, Rivaldo Patriota, Adauto Frota, Wilson Ribeiro e o velho Jaú, que nos anos de 1960 e 1970 fazia de tudo no clube, desde cuidar da rouparia até as rezas e mandingas”.
E no que diz respeito a um time formado pelos melhores jogadores do futebol acreano em todos os tempos, Tidal respondeu rápido, como se já esperasse a pergunta. “Anote aí”, disse ele: “Klowsbey; Mauro, Carlão, Curica e Antônio Maria; Gilmar, Tinda, Carlinhos e Dadão; Dim e Ley”.
Aos 63 anos, Tidal garantiu que permanece fiel a duas coisas: ao Atlético e ao bairro 15. Entra e sai diretoria e ele continua no clube, passando a sua experiência para os jovens. E o local onde ele mora é o mesmo de sempre. “Só saio do Galo e do [bairro] 15 morto”, finalizou o grande Tidal.