Marco Polo Del Nero, que até poucos meses atrás era o presidente eleito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acaba de levar cartão vermelho da Federação Internacional de Futebol (Fifa), a entidade que reúne em suas vastíssimas fileiras o maior número de países do planeta Terra.
Por cartão vermelho entenda-se o banimento total, por toda a vida, de qualquer atividade relacionada com o futebol. Ele não mais poderá, sequer, entrar na sede da CBF para participar de atividades sociais. Não poderá, igualmente, dirigir clubes ou fazer parte de organização de torneios.
A punição exarada pela Fifa não explica se Del Nero está impedido de fundar e dirigir algum time de futebol de botão. Mas as acusações são de tal maneira graves que, provavelmente, nenhuma associação dessa modalidade que se preze vai querer a participação do dito cujo nos seus eventos.
Resgatando a história, é pertinente lembrar que as acusações contra Del Nero dizem respeito a atos de corrupção, por receber presentes e vantagens pecuniárias indevidas, bem como por gestão fraudulenta, tal e qual o seu antecessor, José Maria Marin, este já trancafiado nos Estados Unidos.
O cartola, aliás, só não está amargando um xilindró lá na terra do Tio Sam porque não saiu mais do Brasil desde 2015, quando a polícia federal dos gringos desencadeou uma espécie de “operação caça rato de futebol”. Se tivesse posto um pezinho fora do país, estaria vendo o sol nascer quadrado.
Desde essa época (2015) que ele estava indiciado pelos Estados Unidos. Na verdade, como diziam os antigos, Del Nero “escapou fedendo” de ser preso em Zurique, na mesma oportunidade em que os norte-americanos “grampearam” Marin e outros cartolas do futebol mundial.
É que sabendo das prisões da galera da qual ele fazia parte, Del Nero tratou de arrumar as malas e se mandar correndo da Suíça. Deu um drible da vaca nos policiais, tocou a bola por um lado e saiu pelo outro e conseguiu embarcar no primeiro voo com destino ao Brasil. Sim, “tomou Doril”.
Apesar de estar indiciado e evitar sair do país, porém, Del Nero continuou exercendo normalmente as suas funções como presidente da CBF. Até que, talvez pressionada pelo FBI, a Fifa resolveu suspendê-lo temporariamente. E então, nessa sexta-feira (27), veio o cartão vermelho.
Del Nero talvez seja o último de um grupo de antigos dirigentes que fizeram do futebol mundial um negócio lucrativo para os próprios bolsos. Antes dele já foram expurgados gente do porte de Joseph Blatter, Michel Platini e Jerôme Valcke (esses os mais famosos). Vade retro, Del Nero!