Meu querido amigo José Alício Martins fez aniversário na semana passada. Quantos anos ele completou eu não saberia dizer. Essa informação é uma espécie de segredo de Estado. Pelos cálculos dele são 40 os anos recém completados. Mas eu acho que o conheço há bem mais tempo.
Acho não, tenho certeza. Se fosse tão jovem, o Zé Alício não poderia ter exercido os tantos ofícios que ele efetivamente exerceu durante a sua magnífica trajetória até os dias correntes, desde a infância como trabalhador informal até a maturidade como secretário estadual de esportes.
Mas o que eu quero mesmo lembrar aqui nesta crônica de hoje, como forma de homenagear esse grande personagem da história do desporto acreano, são duas passagens da vida dele enquanto jogador de handebol e também de futebol. Ele foi craque, sim, em ambas as modalidades.
No handebol, jogando de ala no time da Funbesa, sediado no bairro da Estação Experimental, ali pelo início da década de 1980, Zé Alício fez tantos gols que, pelas contagens do historiador Raimundo Fernandes, especialista nos “causos” da citada localidade, teria ultrapassado a casa do milhar.
E ainda de acordo com o relato do Fernandes, tal aptidão para figurar no topo da artilharia do handebol acreano se dava pelo fato de o Zé Alício dominar a arte de pairar em pleno ar, tal qual anteriormente já o faziam a espécie dos beija-flores, os helicópteros e o futebolista Dadá Maravilha.
Com a bola nos pés, no futebol de campo, Zé Alício vestiu a camisa dos juvenis do Atlético Clube Juventus, sendo titular absoluto em todas as escalações do professor Nino, seu vizinho de bairro. E no futebol de salão, não poderia haver seleção da Experimental sem a participação dele.
O Zé Alício foi tão importante como jogador de futebol de salão que um certo dia, por conta da sua rara habilidade, chegou a “derrubar” o técnico Walter Félix de Souza, o professor Té, já um profissional veterano no mundo esportivo regional e com justificada fama de grande estrategista da bola.
O Zé Alício derrubou o professor Té literalmente. É que rolava um amistoso entre a seleção da Ufac e a da Experimental. O Zé acabava com o jogo. O técnico Té, da seleção, mandou o Tião Nemetala dar um “sarrafo” no Zé. O Tião fez, mas o Zé deu um jeito de levar o Té junto na queda.
O Zé Alício tem história pra mais de quilômetro. Trata-se de uma dessas figuras imprescindíveis da história do esporte acreano. Se alguém um dia resolver escrever a biografia dele, vai ter que se preparar para produzir vários volumes. Detalhe: em maio de 2019 ele fará 40 anos outra vez!