Liderança mantida

O Atlético Acreano foi a Aracaju, treinou nas imediações da Praia de Atalaia, encarou o Confiança em pleno estádio Batistão e voltou para casa com um precioso pontinho na bagagem, suficiente para se manter na liderança do grupo A da série C do campeonato brasileiro de 2018.

Empatar fora de casa, em campeonatos com partidas de ida e volta, configura-se num excelente resultado, principalmente por conta das longas jornadas em aeroportos, entre a origem e o destino do viajante. O empate fora de casa dá um ponto ao visitante. Já o anfitrião deixa de ganhar dois.

Eu, que tive o privilégio de testemunhar a exibição do Atlético contra o Confiança, fiquei impressionado com quatro situações: a capacidade de reposição do elenco do Galo; o equilíbrio tático e emocional do time acreano; a paixão dos torcedores locais; e a segurança do goleiro sergipano Genivaldo.

No que diz respeito à reposição do elenco, ressalte-se que o Atlético jogou desfalcado de pelo menos três titulares: os laterais Jefferson e Matheus Damasceno e o volante Kássio. Além disso, ainda não pode contar com os suplentes imediatos Araújo (atacante) e Januário (outro lateral).

Então, com tantos desfalques era de se supor que o time se apresentasse de maneira, digamos, menos eficaz. Não foi isso, porém, o que aconteceu. Se a gente não soubesse quem habitualmente joga como titular, provavelmente não imaginaria que aqueles em campo eram reservas.

No que se refere ao equilíbrio tático e emocional, é de impressionar como o Atlético segura o ímpeto do time anfitrião sem stress. Nesse jogo de domingo, o Confiança partiu pra cima, no primeiro tempo, como um esfomeado quando vê um prato de comida. E o Galo lá, firme e inabalável!

Serenados os ânimos, o Galo mais azul do mundo trata de botar as manguinhas de fora: sai na boa, troca passes em velocidade e leva perigo real à meta do inimigo. No caso dessa partida recente, foi isso o que aconteceu. E o Atlético só não venceu porque esbarrou no ótimo goleiro Genivaldo.

Foram pelo menos três defesas de extremada dificuldade as praticadas pelo Genivaldo nas investidas do ataque atleticano. Eu diria que ele foi o cara que evitou a derrota do Confiança. Pegou tanto que, ao final da partida, o técnico Álvaro Miguéis, do Atlético, fez questão de ir cumprimentá-lo.

E quanto à torcida sergipana, essa promoveu um espetáculo à parte. Mais de seis mil pessoas presentes ao estádio gritaram “Dragão, Dragão” (o símbolo do Confiança) durante os 90 minutos. Não deu certo dessa vez, mas ela fez a sua parte. A torcida respira sonhos em meio à fumaça cotidiana!