Fim do oba-oba. Agora é sério. Brasil tem tempo ainda de reencontrar seu jogo. Viveu a pressão de um empate na primeira partida com problemas em todos os setores – parem de olhar o sistema de vídeo-arbitragem e mirem o próprio umbigo, se pretendem mesmo passar de fase.
Ganhar partida de Copa de 1 a 0 (ou um gol de diferença) já está valendo, e muito – até para a seleção brasileira nos tempos de hoje. Não dá para se criticar mais por isso. Está acontecendo com quase todos os favoritos, com vitória magra, apertada, com uma mísera bola na rede a mais que o oponente. Não se pode mais bater no Brasil por conta dessa tendência irreversível.
Goleiro que não sai debaixo da trave, defesa falha nas bolas altas e no posicionamento, meio de campo sem exercer o papel criativo de ditar a partida e fazer a ligação, e o ataque sem disposição e força – apesar da alta expectativa.
Todas as dificuldades apontadas são passíveis de correção, principalmente do meio para frente, pelo que foi apresentado antes da Copa. É preciso dar espírito de Mundial à seleção.
Lembrando que o Brasil, passando para as oitavas de final, pode pegar o México ou Alemanha – o primeiro bateu o segundo inesperadamente, numa grande zebra. O que significa o tempo de reencontro do melhor jogo será também curto.
Mais pitacos. Coloco a Rússia como grande pedra a partir das oitavas, quando poucos acreditavam na equipe antes do torneio. O time da casa colocará mais pressão no mata-mata.
Como já dito aqui nessa coluna, o grupo composto por Japão, Senegal, Polônia e Colômbia é o mais imprevisível da Copa – mostrou isso na primeira rodada.
De novo, olho na Bélgica, provável adversário da seleção nas quartas – se o Brasil chegar lá.
E muitas palmas para Cristiano Ronaldo. Se ele foi um fiasco na última Copa do Mundo no Brasil, já é o craque dessa edição. Decisivo, na vitória contra o Marrocos, cabeceou com a bola bem baixa, quase no pé do jogador marroquino, para marcar o gol da vitória de Portugal. Uma ousadia – e exemplo de empenho.