A repetição da escalação do primeiro jogo na vitória difícil contra a Costa Rica por 2 a 0 revelou com mais clareza os erros e acertos da seleção brasileira na Copa do Mundo.
O acerto maior foi Philippe Coutinho, jogador desprezado na Copa de 2014, mas decisivo à seleção nesta edição do Mundial. Foi talhado pelo Tite para isso, que enxergou seu potencial – não é artilheiro do Brasil por acaso; é o melhor jogador brasileiro nas duas partidas já realizadas pela equipe.
A defesa pareceu mais segura e melhor posicionada nessa segunda partida. Tite costuma admitir menos erros na defesa do que no ataque, o que pode ter feito com que ele trabalhasse exaustivamente nisso entre o primeiro e o segundo jogo. Mas Marcelo demonstra estar ainda atabalhoado na missão que o técnico lhe deu de ir para frente, mas foi uma defesa melhor do que contra a Suíça. Miranda precisa também mostrar mais força defensiva.
No meio de campo os homens de “confiança” Casemiro, Paulinho e Willian fizeram água. Willian foi substituído por Douglas Costa, que deve se tornar titular da seleção a partir de agora. Paulinho e Casemiro estão longe de exercer o esquema que Tite costuma propor ao meio de campo, essencial para tornar o ataque eficiente – Paulinho acabou sendo substituído por Firmino.
Gabriel Jesus mais uma vez decepcionou. Vê-se que a comissão técnica não tem controle algum sobre Neymar. Ora cai no campo de forma precipitada, ora de fato recebe falta. Isso cria um roteiro na cabeça do juiz de sempre duvidar do ocorrido, gerando tensão – o pênalti, nessa ótica de permanente dúvida, parece não ter acontecido até para quem estava torcendo a favor (como eu) – quando na verdade ocorreu: Neymar foi segurado, mas o juiz preferiu não marcar.
Foi desnecessário o chapéu no fim do jogo no jogador costarriquenho, assim como o choro no encerramento da partida. Tudo parece cena nesse atleta chamado Neymar, bom de bola mais de um nível baixo de atos de grandeza – por isso, recebe o repúdio daqueles que o olham como um ser igual aos outros.