A Copa do Mundo em pleno andamento lá nas estepes e urbes russas, os olhos do planeta voltados para a pátria dos antigos “comunas”, tudo muito bom, tudo muito bem, mas outra competição é tão importante quanto aquela para nós da antiga terra dos seringais. Justamente a “encardida” série C.
Pois na série C do Campeonato Brasileiro, um dos times que dá as cartas é o Atlético Acreano (o outro é o Botafogo-SP). O Galo do Acre, quem diria, novato na disputa, que entrou no jogo como azarão, candidatíssimo a voltar para a série D, transformou a teoria numa prática diferente.
Os números do Atlético na “terceirona” são excepcionais. Sete vitórias, dois empates e duas derrotas em onze jogos disputados. Vinte gols marcados e apenas nove sofridos, perfazendo um saldo de onze. E vitória em todos os jogos realizados como mandante. Morre quem cai no Florestão!
Verdade verdadeiríssima: quem cai no Florestão já sabe que vai voltar pra casa com mais uma surra no balaio. Nessa série C, a julgar por algumas atitudes dos técnicos visitantes, empatar com o Atlético em Rio Branco é uma façanha. Fazer gol no Galo já é muito. Empatar, então, é a glória.
Pelo menos foi isso que deu a entender o técnico do Santa Cruz, a última vítima do Atlético, nesse domingo que passou. O time do sujeito saiu na frente, parecia que ia quebrar a invencibilidade do Galo, mas aí, quando os acreanos empataram, ele tratou de trocar um meia por um volante.
Trocar um meia por um volante revela a nítida intenção de segurar o resultado. No futebol, porém, de modo geral, o sucesso não costuma beijar as mãos dos excessivamente cautelosos. O Santa Cruz perdeu a capacidade de atacar e o Atlético se aproveitou disso, estabelecendo o 2 a 1 da vitória.
A eficiência do Atlético na série C de 2018 é tamanha que, encerrada a décima primeira rodada (são dezoito, ao todo), a diferença para o segundo colocado no Grupo A (o sergipano Confiança) é de bons cinco pontos. Isso significa que ninguém pega o líder na próxima semana. Ninguém mesmo!
Pra completar o que em si já estava de ótimo tamanho, os torcedores do Atlético ainda viram dois dos seus jogadores “pegarem” a seleção da tal décima primeira rodada: Ruan (goleiro) e Diego (zagueiro). Segundo a turma que escolhe a seleção, esses dois comeram a bola contra o “Santinha”.
É isso, meus caros. O som que embala a série C até o presente momento é o de um forró legítimo permeado pela melodia de uma flauta andina. O Atlético vem jogando por música. Cada jogador tem demonstrado uma consciência tática absoluta. Que os próximos acordes ecoem no espaço!