Tite trabalha para se salvar na Copa América

Pela primeira convocação do técnico Tite da seleção brasileira pós-fracasso na Copa do Mundo da Rússia, observa-se que ele pode estar trabalhando para tentar fazer bonito na Copa América ano que vem, aqui mesmo no Brasil, do que um trabalho de renovação de longo prazo – para a Copa de 2022, por exemplo. Na verdade, o comandante parece disposto a salvar sua pele a médio prazo.

As presenças de Thiago Silva, Filipe Luís, Fagner, Renato Augusto e William, independente do desempenho no último Mundial, apontam um Tite preocupado em montar uma equipe para não fazer feio no torneio sul-americano de seleções.
Esses atletas são muito experientes e alguns deles são rodados em lidar com um tipo de pressão que o Brasil vai sofrer nos estádios por aqui durante a Copa América – isso tem que levar em conta numa convocação, por que o perfil muda entre montar uma equipe para atuar no Brasil ou na América do Sul e outra num continente bem distante, com pressão bem diferente (e menor).

A seleção será muito cobrada por resultados na próxima Copa América. Isso é uma questão cristalina. O futebol brasileiro vive crise e uma competição de relevância no território nacional poderá ser momento crucial de uma imposição por virada.

Estava óbvia a saída de Gabriel Jesus – o parça de Neymar produziu muito pouco no Mundial e foi muito aquém do esperado. As saídas de Miranda e Marcelo também eram esperadas. O primeiro pela idade e o segundo, no meu ponto de vista, pelo desapego à seleção brasileira. Porém, as explicações do técnico foram confusas, como sempre, sobre a não convocação dos três.

Tite fala de quem sai, mostra otimismo com quem entra, mas não justifica no plano técnico as alterações. É um típico coach, que fala superficial para um País de iletrados – até o momento em que uma nova derrota surge para cair o pano.

Não dá para ficar falando das novidades. Jogador bom em clube nem sempre se sai bem em seleção. Mas tem que experimentar em um momento como esse. De fato, Dedé, Paquetá, Éverton, entre outros, mereciam espaço em meio à dificuldade que passa o futebol brasileiro em reunir um bom grupo.

O comandante do Brasil vai usando as suas últimas balas com todo o exercício necessário para encontrar peças relevantes aqui e lá fora. Vamos ver o que vai dar.