Os mandantes aproveitaram bem a sua condição de anfitriões nas quartas de final da Série C. Todos eles fizeram o seu dever de casa e saíram na frente na primeira das duas partidas que definirão quem muda de patamar e quem permanece onde está nas competições do próximo ano.
No sábado, o Náutico foi ao interior de São Paulo e levou de 3 a 1 do Bragantino. No domingo, o Santa Cruz bateu o Operário-PR por 1 a 0, em Recife, e o Botafogo-PB dobrou o seu xará paulista pelo mesmo placar, em João Pessoa. E na segunda-feira, o Cuiabá venceu o Atlético-AC por 2 a 0.
Tudo, tudinho mesmo, dentro da mais estrita normalidade. Num duelo de mata-mata quem não aproveita o fator casa para sair na frente corre um sério risco de não seguir bem na fita. Vencer primeiro, porém, não significa que a fatura está liquidada. Ainda existem outros 90 minutos para jogar.
Invertendo-se o mando de campo, com todas as implicações que isso acarreta (horas de voo, espera em aeroportos, mudança de fuso horário, diferença de gramado e torcida adversa), a vantagem passa, sinteticamente falando, a ser dos novos anfitriões. Isso é fato, dito, certo e provado.
Naturalmente, as equipes que perderam por dois gols de diferença (casos do Náutico e do Atlético) terão que tirar algo mais das suas entranhas para, no mínimo, descontar a vantagem dos adversários. Mas não se pode dizer que se trata de nenhuma missão impossível. Isso de jeito algum.
Para que a desvantagem dos primeiros 90 minutos seja revertida, entretanto, além da bola que o time deve jogar, me parece que seja essencial o apoio de todos os segmentos sociais. É preciso uma excepcional união de forças de todos. O time anfitrião precisa sentir de fato que joga em casa.
Os cuiabanos, por exemplo, compraram direitinho a ideia de apoiar o seu time. Tanto que, segundo eu li nos sites, uma entidade de lojistas da capital mato-grossense tomou a iniciativa de comprar milhares de ingressos e distribui-los aos torcedores. Resultado: mais de 20 mil pessoas no jogo.
O Florestão, onde será realizado o jogo da volta do Atlético, não suporta 20 mil pessoas. Talvez umas sete mil. Esse já seria um número expressivo para apoiar o Galo nesse que pode ser considerado o jogo mais importante do time acreano. O Florestão precisa, sim, virar um caldeirão!
“Caldeirão”, a propósito, revela-se uma metáfora sugestiva quando o símbolo do time visitante é um peixe chamado Dourado, conhecido pelo sabor da sua carne. Se o Galo foi assado segunda-feira passada num forno cuiabano, nada melhor agora do que uma caldeirada de Dourado. Né não?