Depois da eliminação na Copa do Mundo da Rússia, alguns meses atrás, naquele estranho jogo contra a Bélgica, a seleção brasileira volta à arena de combate nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, contra a seleção da casa. Volta a campo para o que se diz ser o início de um novo ciclo.
A rigor, ainda falando do fracasso nas estepes russas, não creio que se possa dizer que foi uma eliminação assim tão traumática. Conforme eu (e todo mundo) disse antes da Copa, a seleção, embora tenha se destacado na América do Sul, jamais chegou a empolgar os torcedores brasileiros.
No calor dos jogos da Copa, é claro, a gente foi se entusiasmando e achando que dava para ocupar o pódio na cerimônia de premiação. Mas era um entusiasmo contido, meio assim que com um olho no padre e outro na missa. Nada de euforia ou de contar com o ovo na cloaca da galinha.
Do novo ciclo que supostamente se inicia, que é o que mais interessa neste momento, não creio que se possa também esperar tanta coisa assim. Não me ocorre que nenhum dos jogadores chamados para esse primeiro amistoso pós-Copa seja tão superior àqueles que jogaram a competição.
A minha maior expectativa, com relação aos garotos que foram chamados pela primeira vez, dizia respeito ao atacante Pedro, do Tricolor mais lindo do planeta. Alto, habilidoso e competente para mandar a bola para as redes adversárias, eu queria muito ver o Pedro com a camisa amarela.
O destino, entretanto, armou um golpe contra o referido atacante. Esse insondável destino mandou um certo “Sobrenatural de Almeida” torcer o joelho do Pedro num jogo recém passado pelo campeonato brasileiro. Uma torção sem muita gravidade, mas suficiente para deixa-lo de fora da seleção.
Fora tudo isso, porém, o certo é que, apesar de ser um simples amistoso, a seleção brasileira não pode iniciar o “novo ciclo” com um tropeço. Afinal de contas, o time masculino dos Estados Unidos jamais jogou essa bola tão redondinha assim. Os caras sequer foram à Copa da Rússia.
Os Estados Unidos produzem ótimos jogadores de beisebol, de basquete, nadadores, boxeadores… E também fazem filmes perfeitos. Mas jogar futebol, mesmo, só quando o time feminino entra em campo. Então, se o Brasil perder, a CBF deve ligar o sinal de alerta para o tal “novo ciclo”.
Brasil e Estados Unidos jogam no dia da nossa suposta independência. Na prática, quando Pedro I gritou o seu “Independência ou Morte”, às margens do riacho Ipiranga, o que fez mesmo foi decretar a nossa extinção. O fogo que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro está aí para provar!