Não é segredo pra ninguém que o crime no Brasil está ganhando de goleada o jogo contra a lei. Cada vez mais ninguém ao acordar de manhã tem certeza se vai chegar ao final do dia ileso. Vive-se em estado de tensão permanente neste país do qual um dia se disse ser “abençoado por Deus”.
A minha menção a esse assunto pra lá de nefasto se dá por conta de uma notícia que eu li na rede mundial de computadores sobre um assalto na concentração do Santo André, clube que ora se encontra disputando a Copa Paulista. O assalto aconteceu nessa segunda-feira (17) que recém passou.
Os atletas do Santo André já se preparavam para dormir e sonhar com os eventuais gols que marcariam no dia seguinte quando três meliantes, todos armados, invadiram o local e anunciaram o assalto. Ninguém reagiu (nem poderia, é claro) e os facínoras levaram tudo o que puderam carregar.
Foi um limpa geral, de acordo com a notícia: dinheiro, tênis, chuteiras, malas, celulares, lençóis de cama, travesseiros, chinelos, pratos, talheres, um televisor…. Não deixaram nem as cuecas sujas. Os caras assaltados, embora isso não esteja dito nos relatos da internet, ficaram só com as tangas.
E não se diga que esse lamentável fato só aconteceu porque se tratava de um grande centro urbano, onde ninguém conhece ninguém e convive-se com todo tipo de gente. Negativo! Em qualquer lugar desse país, com as devidas variações no que diz respeito ao grau de violência, pode acontecer.
Mas uma situação pior do que essa aconteceu no Acre, em junho de 2016, quando o meia Josy Braz, craque do Atlético Acreano, levou um tiro dentro do alojamento do clube. O jogador recebeu pronto atendimento e conseguiu sobreviver, mas ficou inutilizado para a prática do futebol.
O Josy, aliás, era um desses jogadores diferenciados. Canhoto, tratava a bola com a intimidade que só os que se denominam virtuoses conseguem. Aos 27 anos, ainda teria muita estrada para percorrer. Não temia enfrentar zagueiros carniceiros. Uma escopeta, porém, o tirou de campo para sempre.
No que se refere ao autor do atentado contra o jogador do Atlético, eu não tenho informação se ele foi preso e processado. Pra falar a verdade, não sei nem se o sujeito chegou a ser identificado. Mas, caso tenha sido preso, provavelmente, a essa altura, já ande por aí em busca de novas vítimas.
Enfim, como eu disse lá no começo da crônica, a lei e os cidadãos de bem estão perdendo de goleada esse jogo contra o crime e a bandidagem. Oxalá emerja das urnas algum novo líder político que possa fazer esse placar nefasto se inverter. Digo “oxalá”, mas tenho muitas dúvidas. Tenho sim!