Rolêzinho

Dei um rolêzinho pelo Velho Mundo, mas já estou nas terras brazilis outra vez. Estive na Itália e na Suíça. Foram meros onze dias torrando as suadas economias em euros. Dinheiro mais podre do que o nosso estou por ver. Não tem choque econômico que dê jeito. O Real vale quase nada.

A rigor mesmo, se a gente fizer a conversão do Real para o Euro (ou o dólar) quando está lá na terra dos gringos, não dá para tomar nem água. Melhor não pensar nisso quando se está batendo pernas pela Europa. O jeito é ir passando o cartão e se preocupar com o rombo só na volta pra casa.

No que diz respeito ao futebol, fiquei surpreso com o interesse que os italianos continuam a demonstrar pelo esporte. Os italianos, não é novidade nenhuma, sempre foram fanáticos por futebol. Talvez em consequência dos quatro títulos em Copas. Mas não se classificaram para a última edição.

Dado a esse recente fracasso, eu imaginei que haveria uma certa indiferença (ou distanciamento) da parte deles pelo bom e velho esporte bretão. Eu estava enganado. Em dias de jogo, multidões se concentram em bares e restaurantes para torcer pelas suas respectivas cores. Um show!

Aos brasileiros, inclusive, eles dedicam um carinho especial. Quando a gente declara o país de origem, os sujeitos se danam a lembrar os craques daqui que um dia passaram por lá e deliciaram as plateias do lendário estádio de San Siro, em Milão, onde Internazionale e Milan mandam os seus jogos.

Os ex-jogadores Kaká e Adriano Imperador são os mais lembrados. Mas também são citados como mágicos da bola os igualmente ex-jogadores Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Os italianos sorriem e beijam os dedos juntos, em atitude de veneração e prazer, quando falam desses caras.

Não consegui assistir nenhum jogo de corpo presente. Os ingressos na Itália, além de caros para um turista brasileiro com grana curta no bolso, se esgotam com muita antecedência. O máximo que consegui foi passar na frente da sede do Milan e visitar o museu do imponente estádio de San Siro.

Os museus, a propósito, são verdadeiros templos de culto ao passado no continente europeu. Faz parte da formação deles venerar os feitos das gerações anteriores. Tem museu para quaisquer gostos. E todos com sistemas de segurança que impedem incêndios, como aquele recente no Brasil.

Enfim, pátria amada, depois de um rolêzinho básico, aqui me tens de regresso. Voltei a tempo de participar do clássico deste domingo no campo das urnas. Os técnicos preparam as estratégias de última hora. Uns vão atacar pelas extremas, outros pelo centro mesmo. Que Deus nos proteja dos piores!