Estava nos Estados Unidos a trabalho e andei conversando com algumas pessoas sobre o interesse no futebol (ou soccer) naquele país. Achei que tinham obtido gosto maior pelos times locais, mas o esporte ainda é uma miragem por lá.
A maioria dos comentários é de que outros esportes dão de lavada na audiência, como hóquei, baseball, basquete e, principalmente, o futebol americano. O soccer entraria entre essas modalidades, mas precisa acima de tudo ganhar torcedores apaixonados, como no Brasil, citam meus interlocutores.
O pessoal que conversei reconhece que a qualidade do futebol nos Estados Unidos é ainda baixa, apesar de contar com craques de fora, o que faz com que os interessados mirem nos campeonatos europeus, principalmente o inglês – considerado muito dinâmico e atrativo, como também acho.
Aliás, nas televisões ligadas em bares que mostram futebol, verifiquei que o foco é nos jogos da Premier League. A liga local é desinteressante, segundo dizem.
O que piora esse quadro é quando usam estádios de baseball e futebol americano para partidas do campeonato norte-americano de soccer. Dá a impressão, de fato, tratar-se de um esporte em segundo plano nos Estados Unidos.
Porém, os investimentos continuam altos, mas faz-se necessário atrair fãs de carteirinha às partidas e aos clubes. Há de se destacar que arenas específicas têm já surgido, com, claro, dimensões muito mais modestas do que os gigantes equipamentos esportivos que promovem o futebol americano.
A Copa do Mundo de 1994 levou pouco entusiasmo ao esporte, quando se esperava mais. Porém, aqueles com quem conversei, ainda destacam o Brasil como o melhor do futebol mundial. E perguntam como surgem tantos craques.
Precisei ser didático para explicar que o momento não é dos melhores e jogadores surgem agora a partir de mãos de empresários e não de clubes; e os atletas perderem muito o desejo de defender a seleção brasileira com o coração na ponta da chuteira – e que a maioria quer é ser vendida para o exterior ainda bem jovem, fazer a vida e ir ao Brasil somente de férias.
No entanto, não se pode subestimar os investimentos que têm sido feitos ao futebol nos EUA. Trata-se de um país com enorme poder financeiro, capacidade de organização e de transformar qualquer coisa em lucro. Vamos aguardar.