Dois fatos marcaram a semana que recém passou no lado de baixo da linha do Equador. Um positivo e outro negativo. Primeiro, a conquista do título de campeão brasileiro pelo Palmeiras, com uma rodada de antecedência. Segundo, a barbárie dos argentinos na decisão da Libertadores.
A conquista do Palmeiras foi uma das mais justas dos últimos tempos. O time paulista sobrou na fita. Foi a equipe de ataque mais efetivo e de defesa mais segura. Foi também o time que jogou bem em todos os gramados. Mandante competente e visitante indigesto. Atropelou quase todo mundo.
No frigir dos ovos, chegou ao seu décimo título de campeão nacional. Ao formar um elenco recheado de ótimos jogadores, deu alegria à sua imensa legião de torcedores e satisfação aos seus investidores. Só não teve um ano perfeito porque não venceu tudo o que disputou. Mas está bem no caminho.
De quebra, a conquista do alviverde teve o poder de reabilitar no país o nome do técnico Felipão. Havia, da parte de alguns torcedores, uma certa desconfiança com relação ao treinador gaúcho depois daquela porrada que o Brasil levou (7 a 1) para a Alemanha na Copa de 2014. Agora não há mais.
A estratégia do referido treinador de criar uma espécie de revezamento nas escalações do Palmeiras, levando em conta a profusão de bons nomes à sua disposição, se mostrou acertadíssima. Ao tempo em que ele deu oportunidade pra todo mundo, ainda deu descanso para o mesmo tanto.
O melhor, porém, no que diz respeito aos torcedores acreanos, sejam palmeirenses ou não, é que no gol do time campeão estabeleceu-se como titular o conterrâneo Weverton. Agora o Acre pode se gabar de ter um dos seus filhos com os significativos títulos de campeão olímpico e brasileiro.
Por outro lado (moedas sempre tem duas faces), logo dali de depois do rio da Prata, em contraponto com a festa do futebol brasileiro, veio para o planeta o fato mais nefasto do futebol nos últimos tempos, com as cenas de barbárie que impediram o jogo final da Copa Libertadores da América.
O ônibus do Boca Juniors, que se dirigia para o estádio Monumental de Nuñez, para a partida contra o River Plate, foi atacado por bandidos fantasiados de torcedores. O jogo foi adiado para o dia seguinte e cancelado nesse tal dia seguinte. E os reais torcedores ficaram a chupar o dedo médio.
Os dois fatos são emblemáticos do modo de ver um esporte que nasceu da magia e do sonho, mas que também, de acordo com os envolvidos, pode produzir infinita tristeza e sucessivos pesadelos. Sorte dos brasileiros, que só tratam de comemorar. Azar dessa vez dos argentinos. Azar todo deles!