O velho mapa do futebol brasileiro

O mapa do futebol brasileiro vai continuar praticamente igual no próximo ano. Mais times do Sul e do Sudeste nas principais divisões, séries A e B. Talvez a única surpresa da elite fique com a presença de um time do Centro-Oeste, o Goiás, que assume o lugar de um clube do Sul, o Paraná.

Os times do Norte, nesse sentido, perderam representação. É que o paraense Paysandu foi rebaixado da série B para a C. E os dois times da região, Atlético Acreano e Clube do Remo, que disputaram a série C de 2018 não lograram êxito nas suas pretensões de subir para o patamar seguinte.

O Clube do Remo, aliás, fez um campeonato sofrível. Dono de uma numerosa e apaixonada torcida, daquelas que não teme enfrentar a chuvarada que costuma despencar sobre Belém, muito menos não abre um milímetro se o dia for de sol causticante, o time em campo escapou fedendo de sucumbir.

E quanto ao Atlético, faltou um tantinho assim para o clube acreano chegar à série B. Na hora de a onça beber água, o Galo do Segundo Distrito de Rio Branco não suportou o futebol do mato-grossense Cuiabá. No jogo dos bichos, o Dourado provou que não cai assim fácil em papo de pescador.

Mas o que eu comecei dizendo nessa conversa pra lá de mole de hoje é que o mapa do futebol brasileiro vai continuar praticamente igual em 2019. Vai continuar em 2019 e durante vários anos do futuro. O raciocínio é simples: o dinheiro investido no futebol do Sul e do Sudeste é muito maior.

Sem recursos para bancar as suas respectivas folhas de pagamento, os times da periferia do Brasil, principalmente os da região Norte, não tem condição alguma de segurar os seus melhores jogadores nas temporadas seguintes. É só o sujeito se destacar que vem alguém e o leva embora.

O bom time do Atlético Acreano, que surpreendeu o Brasil, com exibições de gala, superando rivais de muito mais camisa e tradição, é um exemplo dessa minha afirmação aí do parágrafo anterior. Vários dos seus jogadores já se mandaram para mostrar sua bola em outros terreiros.

Enquanto escrevo lembro de pelo menos cinco nomes que não vestirão a camisa do Atlético em 2019: Eduardo (foi para o Red Bull Brasil – SP), Ancelmo (foi para o Altos – PI), Neto (foi para o ABC – RN), Araújo (foi para o Goianésia – GO) e Ruan (foi para a Portuguesa – RJ). Meio time!

E para quem acha que é fácil repor um elenco, eu digo que não é fácil coisa nenhuma. Primeiro porque não é possível revelar tantos bons jogadores a cada temporada. Segundo porque sem dinheiro não é possível atrair cracaços de outros centros. Tanto faz correr ou ficar, o bicho pega ou come!