Eu já disse um dia desses atrás mas não custa nada dizer de novo: o goleiro Weverton, do Palmeiras, é o futebolista acreano melhor sucedido em todos os tempos. Afinal, o homem é campeão olímpico (2016) e campeão brasileiro (2018). Só isso. Vai ser difícil um conterrâneo chegar a esse ponto.
Vários outros acreanos já ousaram sair das suas fronteiras naturais e deslumbrar outras paragens. Vou lembrando de alguns enquanto escrevo. Cito-os de memória: Artur Oliveira, Doka Madureira, Adriano Louzada, Ancelmo… Todos esses saltaram do Brasil para a Europa e se deram bem.
O Artur, quem não se lembra… Atacante de ações verticais, bastou-lhe um campeonato brasileiro da segunda divisão pelo Independência, no início da década de 1990, para ser levado a Belém pelo Clube do Remo. De lá para Portugal foi só um passo. E o show continuou na terra dos descobridores.
O Doka Madureira, que eu tive o prazer de entrevistar no mês passado, depois de peregrinar por alguns clubes brasileiros, foi deslumbrar com seus dribles insinuantes e volúpia pelo gol os búlgaros e os turcos. Na Bulgária, lá pelas tantas, chegou até a ser considerado o melhor jogador do pais.
O Adriano Louzada, depois de passagens vitoriosas por Cruzeiro e Palmeiras, fez história no Futebol Clube do Porto. Atacante de recursos técnicos limitados, Adriano, filho do sargento Guino, meu parceiro nos juvenis do Rio Branco, em 1972, era um goleador insaciável. Matador!
E quanto ao Ancelmo, que começou a sua vida de boleiro na periferia de Rio Branco, e que hoje está vestindo a camisa do piauiense Altos, ele deixou boas lembranças no português Boavista. E se não fez mais sucesso é porque sofreu uma contusão que o deixou no estaleiro por meses infindos.
Sim, antes que eu esqueça, além desses citados, tem mais um acreano que hoje faz sucesso na Europa. O lateral Rodrigo Galo, jogador do AEK Atenas. Rodrigo, que é neto do saudoso professor Almada Brito, começou na base do Juventus, passou pelo futebol catarinense e agora joga na Grécia.
Fora todos esses nomes, muitos jogadores acreanos andaram batendo a sua bola em outros estados, desde os tempos do amadorismo… Xepa (Fast-AM), Illimani (Nacional-AM), Dadão (Fluminense-RJ), Nostradamus (São Raimundo-AM), Papelim (Remo-PA), Alcione (times do DF)… Muitos!
O goleiro Weverton, porém, é o jogador acreano que viu os seus esforços melhor coroados. Sujeito humilde, que costuma comemorar as suas conquistas enrolado numa bandeira do estado natal, para completar as suas glórias, ainda foi o vencedor da Bola de Prata deste ano. Grande Weverton!