Lacuna

Nas minhas boas andanças pelo mundo ainda não botei os pés no continente asiático. Moro numa das “américas”. Já estive na outra. Já gastei os sapatos na África misteriosa. E à Europa já fui algumas vezes. Mas à Ásia nunca fui. É uma falha deveras grave no currículo de um pretenso viajante.

Até já cheguei a planejar viagens para a Ásia algumas vezes, especialmente para o Oriente Médio (Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Jordânia, Turquia etc.). Mas, por alguma razão que eu não saberia determinar, tenho sempre adiado a decisão de ir lá.

E veja-se que eu simplesmente adoro a gastronomia daquela parte do planeta. Quer me fazer esquecer do mundo é só me apresentar um prato de quibe cru. Ou uma pasta de berinjela. Ou uns tantos quibes assados. Se eu ver uma panela de charuto de repolho posso até perder a razão… Rsrsrs.

Além disso, que nem só de pão um homem vive, também tenho muita curiosidade de observar de perto os aspectos culturais daquela região. Especialmente o senso deles de religiosidade. Afinal foi de lá que surgiram as três principais religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo.

Pra completar, agora, desde essa terça-feira que recém passou (18) ganhei mais um motivo para apreciar o Oriente Médio, especificamente os Emirados Árabes: o futebol deles. Pra mim, nesse momento, o Al Ain, depois de dar um pau no argentino River Plate, é o melhor time do mundo.

Os argentinos, via de regra, talvez por força da sua formação histórica (ou seria algum tipo de recalque transcendental?), transpiram arrogância. Olham os demais sul-americanos com nojo. E não perdem a chance de chacotear qualquer um, principalmente em se tratando de futebol.

No que diz respeito aos brasileiros, então, nem se fale. “Macaquitos”, por causa da predominância de pessoas de pele negra aqui no país tropical, é a ofensa mais corriqueira. São tão pirados que vivem comparando a bola do Maradona coma do Pelé. Um despropósito. Mais trágico do que cômico!

Quando não tem com quem brigar, os argentinos brigam ente si. Desconhecem a própria origem comum. Transformam a festa do futebol em combate de guerra. A tal ponto que impedem uma decisão de Libertadores entre dois dos seus maiores times de ser realizada em seu território.

É isso, meus caros. O Al Ain, dos Emirados Árabes, é o melhor time do planeta (pelo menos até que venha a final do Mundial de Clubes). Botou os argentinos na roda. Nem ligou para o pênalti que o árbitro não marcou ao seu favor. E eu já me decidi: minha próxima viagem vai ser para a Ásia!