O primeiro fiasco do ano

Pagantes: 5.314. Presentes: 6.262. Este foi o resultado de público do jogo entre Botafogo e Flamengo realizado sábado no estádio Nilton Santos, o Engenhão. Tratava-se do primeiro grande clássico do futebol brasileiro da temporada, válido pela terceira rodada do Campeonato Carioca.

Sabe o que representou em renda a partida: R$ 391 mil. O Botafogo tentou levar este jogo para Manaus. De acordo com o divulgado a duas semanas atrás, quando se especulou a compra da partida por empresários para realização na capital amazonense, cada clube receberia R$ 400 mil livres. Os organizadores pretendiam bancar todas as despesas de transporte, hospedagem e alimentação de ambos times.

A partida acabou em 2 a 1 para o Rubro-Negro, de virada. Os gols foram do estreante Bruno Henrique. O Flamengo pagou R$ 23 milhões para tirar o jogador do Santos. É dinheiro para caramba. O salário de Bruno é quase o dobro da renda desse jogo.

Você acha ainda todo esse custo rubro-negro alto com o jogador? Pois Bruno Henrique entrou no meio do jogo entre Flamengo e Botafogo no lugar do atacante Vitinho, adquirido pelo Flamengo do CSKA, no meio do ano passado, por quase o dobro (R$ 43 milhões) que pagou pelo atleta que decidiu o jogo do sábado.

Esses números estratosféricos contrapõem a realidade nos estádios do futebol brasileiro. Tudo bem, estamos falando de um primeiro clássico de pouco apelo, de campeonato idem. Mas veja, o que existe, de fato, de atrativo nesse início de ano para o Flamengo, a não ser esperar sua estreia na Libertadores, daqui a mais de um mês, em 5 de março – terça-feira gorda de carnaval?

Comemorar a vitória é bacana. Mas o que o Flamengo tem a celebrar além disso? Na primeira rodada do Carioca, o Rubro-Negro bateu o Bangu por 2 a 1 no Maracanã. A renda foi recorde para abertura de temporada: R$ 1 milhão, com público pagante de 43 mil.

Nessa partida, o borderô divulgado mostra que o Rubro-Negro ficou com apenas R$ 13.684,90 da renda – o restante foi destinado ao pagamento de despesas, envolvendo aluguel do estádio, custos operacionais etc.

Já no empate com o Resende por 1 a 1, na segunda rodada, em Volta Redonda, a renda não ficou muito distante do clássico carioca de sábado último: R$ 320 mil, com pouco mais de 12 mil pagantes.

Quando o Flamengo fez a contratação de Gabigol e Arrascaeta, chegou a dizer que contava com a torcida – e, claro, com a bilheteria dos jogos – para mantê-los na equipe. Vamos ver se poderão mesmo contar com ela.