Ceará na cabeça

Fechada a primeira rodada da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, o Ceará Sporting Club aparece como o líder da competição. Ainda faltam 37 rodadas, mas e daí? Quem é que está ligando para esse detalhe tão insignificante? O que importa é que o Vozão saltou na frente de todo mundo.

O Ceará, diante de 12 mil espectadores nas arquibancadas do Castelão, enfiou quatro gols no visitante CSA, da bela Maceió. Quatro gols a zero. Um passeio. Provavelmente, nem o mais apaixonado dos torcedores do time cearense imaginaria que a estreia fosse tão auspiciosa e o placar tão dilatado.

Para completar o estado de graça dos adeptos do clube alvinegro, o desafeto Fortaleza foi a São Paulo e levou uma porrada feia do Palmeiras. Quatro a zero. O Fortaleza é o atual campeão estadual, mas isso foi há dois domingos. Já ficou para trás. Em futebol o que conta é o momento presente.

Mas voltando ao show do Vozão, eu fui um dos 12 mil sujeitos que presenciaram in loco a goleada. Cheguei cedo ao Castelão e subi para o quinto andar do estádio, onde se posicionam os jornalistas de mídia impressa. Cheguei cedo porque achava que ia dar muita gente, mas não foi o caso.

A minha preparação para esse jogo, devo confessar, começou na quinta-feira, quando eu me dirigi a um Posto de Saúde para tomar a vacina contra gripe. A precaução se justifica pelo fato de estar chovendo pra caramba por essas bandas. E velhinho, sabem como é, tem que se prevenir.

No domingo, dia do jogo, abri um vinho na hora do almoço. Não consumi a garrafa inteira. Só o suficiente pra abrir o apetite (os antigos chamavam esse drink de “mata bicho”). E o suficiente também para deixar o carro na garagem. “Se beber, não dirija”. Fui de Uber. Suave na nave!

Chegar cedo ao estádio, duas horas antes do jogo, acabou se revelando uma precaução desnecessária. Doze mil pessoas não é quase nada em relação ao tamanho do Castelão. O Ceará (assim como o Fortaleza) costumam jogar para públicos bem maiores. A galera não estava acreditando no Vozão.

O melhor de tudo, além do placar favorável ao time da casa, foi a forma como eu fui recebido pelos funcionários do Castelão, tanto na entrada como no interior do estádio. Ao apresentar a carteira da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace), fui tratado com toda a fidalguia.

Depois que o funcionário anotou num papel o número da minha carteira e a minha procedência (Associação dos Cronistas Esportivos do Acre – Acea), recebi uma fitinha no braço esquerdo, acompanhada de sanduíche, água, refrigerante e cafezinho. Só faltou uma rede. Mas aí já seria demais!