A gente se acostuma bem e rápido com as vitórias. Somos tomados por um sentimento de euforia quando o nosso time está vencendo, triturando os adversários, conquistando pontos nas diversas tabelas de classificação. E os sorrisos nos rostos praticamente juntam o espaço entre as nossas orelhas.
Ao contrário disso tudo, quando o time da gente entra numa maré de azar (ou de incompetência, ou de falta de dinheiro) e os bons resultados entram pelo ralo, os sorrisos viram caretas de dor. Ninguém (ou quase) vai mais ao estádio acompanhar as pancadas. E as cores do mundo desaparecem.
Guardadas as proporções, foi mais ou menos isso o que aconteceu nas últimas três temporadas dos times do futebol acreano. Em 2017, o Atlético saiu atropelando no Campeonato Brasileiro da Série D, o que acarretou a sua ascensão para a Série C. E em 218, o Galo passeou bonito no novo patamar.
Com as boas campanhas do time azul do Segundo Distrito de Rio Branco, ainda que os estádios acreanos nunca tenham ficado completamente lotados, é certo que muita gente dedicava os seus finais de semana para ver o Atlético bater em times tradicionais do futebol brasileiro. Uma festa.
Já nesse ano da Graça de 2019, quando o Atlético desde o início da competição demonstrou que não tinha time à altura do tamanho do desafio em que estava metido, empatando jogos que deveria vencer, a galera desconfiou que nada poderia ser como antes e deixou de ir ao estádio.
Da mesma forma, os sofríveis desempenhos do Rio Branco e do Galvez na Série D espantaram os torcedores das arquibancadas da Arena da Floresta e do Florestão. Caindo aos pedaços, o Estrelão chegou até a levar algumas goleadas. E o Galvez jamais demonstrou algum tipo de firmeza.
E pra completar, o Galvez e o Humaitá mal botaram o pé na disputa da Copa Verde. O Imperador perdeu na ida e na volta para o mediano União ABC, do Mato Grosso do Sul. E o Humaitá, apesar de engrossar o caldo no primeiro confronto, não foi páreo em Manaus para o glorioso Nacional.
No que diz respeito ao Humaitá é preciso abrir um parênteses, levando-se em conta que foi a primeira vez que esse clube disputou uma competição regional, além do que só entrou pela desistência de outros. Não estava no seu radar a disputa. E, assim, teve que formar um time às pressas.
Independentemente das circunstâncias, considerando que só o dono do calo é que sabe onde o sapato aperta, o certo é que foi um ano péssimo para o futebol acreano. Derrotas pra dar e vender (ou para todos os desgostos). Urge alguma providência para que 2020 não seja um ano tão sofrido!