Futebol feminino

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino massacrou a Argentina por 5 a 0, quinta-feira passada, no Pacaembu, pelo Torneio Uber. Ganhar é sempre muito bom e faz um bem danado para a saúde dos torcedores. Se a vitória for de goleada e sobre a Argentina, a felicidade se multiplica.

Embora a seleção feminina da Argentina seja mais fraca do que caldo de piaba, eu tive a impressão de que as meninas do Brasil estavam mais desenvoltas dentro do campo. Se isso for verdade, provavelmente já se trata do trabalho da nova treinadora, a sueca recém contratada pela CBF.

A nova treinadora se chama Pia Marianne Sundhage e tem um histórico vencedor. Só à frente da seleção dos Estados Unidos, essa sueca de 59 anos (ela nasceu no dia 13 de fevereiro de 1960) ganhou duas medalhas de ouro olímpicas (2008, em Pequim; e 2012, em Londres). Apenas isso!

Depois que deixou o comando da seleção americana, em 2012, Pia Sundhage assumiu a direção da seleção do seu país. E aí realizou outro trabalho vencedor que culminou com a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Só perdeu a final para o time da Alemanha.

Além do mais, independentemente de qualquer coisa, o fato de ter nascido na Suécia já torna Pia Sundhage especialmente simpática aos meus olhos. Pátria do “amor livre”, desde um remoto passado, a Suécia é um dos países de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta.

O amor na Suécia é tão livre e há tantos anos que o Garrincha teve até tempo de fazer um filho por lá, no espaço de uma noite, em 1959, quando o Botafogo excursionou por aquelas bandas. Uma escapadinha da concentração e o genial ponteiro deitou a sua semente em solo fértil.

No que diz respeito ao IDH, a Suécia encontra-se hoje entre os oito melhores países, perdendo apenas para, pela ordem, Noruega (1º), Suíça (2º), Austrália (3º), Irlanda (4º), Alemanha (5º), Islândia (6º) e Hong Kong (7º). O Brasil, como o perdão da comparação, encontra-se em 79º lugar.

Mas voltando ao fio da meada, que é o novo momento do futebol feminino no Brasil, para além de uma vitória sobre as argentinas e do trabalho de uma técnica vencedora, o que parece ser mais interessante é a disposição da CBF para dar estrutura às praticantes do referido esporte.

Durante muito tempo proibidas de jogar futebol, durante outro tanto de tempo sem qualquer apoio de quem quer que fosse, as mulheres veem aos poucos uma nova aurora surgindo no horizonte. A mídia já lhes dá generosos espaços e os torcedores já correm aos estádios para vê-las. Ave, deusas!