Apesar de tudo o que se pode dizer de desabonador dos “donos” da Copa do Mundo, é preciso que a gente reconheça este evento como, muito provavelmente, o de maior apelo em termos planetários. Bilhões de pessoas param tudo o que estão fazendo para acompanhar o desempenho das suas seleções. É como se a cada quatro anos a bola virasse a metáfora da Terra!
E nessas de atenção total para as peripécias dos craques das 32 seleções diretamente envolvidas, surgem palpiteiros de todos os gêneros e espécies. Desde o torcedor comum, sem maior atributo que não seja o da paixão pelo futebol, passando por esotéricos de todas as tendências, até cientistas renomados. A emoção do gol faz disparar todo tipo de coração!
Por esses dias que passam mais velozes do que um chute queimando a roupa, ali da marca do pênalti, eu pude constatar um exemplo bem patente dessas minhas afirmações dos dois parágrafos anteriores, no sentido do “pitaco futeboleiro” de um dos mais renomados dos cientistas contemporâneos. Nada mais, nada menos, do que Sir Stephen Hawking!
Isso mesmo. O próprio Stephen Hawking, que apesar de sofrer de uma doença degenerativa que lhe tira a totalidade dos movimentos é o físico mais famoso da Grã-Bretanha, reconhecido pelas suas avançadas teorias sobre o universo. Contratado por uma casa de apostas para analisar as probabilidades de vitória da Inglaterra, Hawking não se negou a palpitar.
Para ele, que entende ser o Brasil o favorito para conquistar o título, as chances da Inglaterra aumentam sensivelmente se os súditos da Rainha jogarem de vermelho e no esquema 4-3-3. A explicação supostamente “acadêmica” é a de que jogando com o uniforme dessa cor, bem como nesse esquema tático, as equipes se sentem mais agressivas e dominadoras.
E segundo o mesmo cientista, as chances de a Inglaterra vencer o Brasil, caso o cruzamento de vencedores da fase de grupos faça as duas seleções se encontrarem, são muito boas se a partida acontecer em alguma cidade com baixa temperatura. Manaus, Cuiabá, Fortaleza ou Salvador, nem pensar. Nesses lugares, dá Brasil. O jogo tem que ser no sul do país.
Conhecido por seu senso de humor, Stephen Hawking, apesar de não se furtar em dar o seu palpite sobre a próxima Copa do Mundo, finalizou as suas considerações sobre as chances de a Inglaterra ser feliz na competição afirmando que é mais simples elaborar conceitos de física quântica do que teorias futebolísticas. Muitíssimo mais simples, de acordo com o cientista.
Terminei a leitura dos palpites de Hawking e não pude deixar de lembrar aquela Copa do Mundo de 1962, no Chile. Segundo as crônicas da época, a então União Soviética teria criado um programa de computador para descobrir a melhor maneira de marcar o ponteiro brasileiro Garrincha. O resultado, todo mundo sabe: Garrincha driblou até o computador!