Desde o dia 7 de julho próximo passado, quando bateu o Peru por 3 a 1 e conquistou a Copa América, que a seleção brasileira nunca mais jogou uma partida de futebol. Entrou em campo quatro vezes, é verdade, mas, a rigor mesmo, o fez só para os supercraques exibirem o cabelo pra televisão.
As quatro partidas amistosas que o Brasil realizou, supostamente em preparação para as Eliminatórias da Copa de 2022, foram de um futebol pra lá de meia boca. E assim, os nossos gloriosos rapazes não ganharam nadinha. Foram três empates (Colômbia, Senegal e Nigéria) e uma derrota (Peru).
No fim das contas, esses quatro amistosos só serviram foi para testar a nossa paciência e espalhar uma onda de desconfiança no sentido de que nuvens pesadas apontam no horizonte do futebol brasileiro. Bola mesmo, que é bom, ninguém sabe, ninguém viu. Tava aqui ainda agora, mas sumiu!
Diante dessa desconfiança, de certa forma geral e irrestrita, já existe uma profusão de análises dizendo isso, aquilo e aquilo outro. Cada torcedor/técnico espalhado pela imensidão do nosso país continental já formulou a sua teoria sobre os motivos do recente insucesso da seleção.
A opinião de uns é a de que o problema está numa certa preguiça de alguns jogadores. Outros acham que tem gente jogando só com o nome. Tem ainda quem defenda a tese de que amistoso não conta. E tem quem argumente que o esquema tático usado nos últimos jogos é que não funcionou direito.
O esquema tático, para quem não está familiarizado com o termo, não deve ser entendido com a distribuição espacial dos atletas no gramado. Os aspectos táticos estão ligados à ideia de jogo do treinador. Então, o certo é a gente descobrir qual é exatamente o esquema atualmente usado pelo Tite.
Muitos times/seleções, ressalte-se, assombraram o mundo com as suas propostas táticas. A Holanda de 1974, cujos jogadores, à exceção do goleiro, não se limitavam a faixas determinadas do campo, foi a que demonstrou mais ousadia. Um esquema que se notabilizou pelo nome de Carrossel Holandês.
Mas, voltando ao fio da meada, qual seria mesmo o atual esquema tático da atual seleção brasileira, levando em conta o excesso de passes laterais ou para trás, a falta de velocidade no toque de bola e a ausência de jogadas em profundidade? Que definição a gente poderia dar para isso?
Eu tenho algumas possibilidades de nomes: “esquema caranguejo” (só joga para trás), “esquema nove e quinze” (só joga para os lados), “esquema tartaruga” (quanto mais lento melhor), “esquema defunto” (à espera de um descuido do coveiro) (…). Não sei. O que eu sei é que não está dando certo.