Penso que não é segredo para ninguém que a salvação da lavoura das equipes pequenas, aquelas mais distantes das luzes da mídia, as que se debatem nas séries C e D da vida, está nas divisões de base. É nessas categorias que se pode encontrar as maiores pedras preciosas do futebol.
Naturalmente, sempre que uma promessa de craque é descoberta, vem algum clube (ou empresário) endinheirado e leva a joia embora. Normal. É do interesse de todos, inclusive (ou principalmente) do garoto em evidência, migrar para um centro onde a arte dele possa render-lhe mais dividendos.
Então, sendo assim, levando-se em conta que esse processo de êxodo é absolutamente irreversível, o que os clubes periféricos devem fazer é investir continuamente nos meninos. De preferência dando-lhes algum tipo de assistência durante o ano todo. Acompanhar o seu desenvolvimento.
Claro, eu sei, esse acompanhamento deve, sim, custar caro. Mas, muito provavelmente, três ou quatro garotos de uma geração que conseguirem uma transferência para uma equipe de maior expressão (às vezes até para fora do país), certamente pagam os custos do investimento.
Essas reflexões me vêm à cabeça por duas razões. Primeira, pela decisão do Campeonato Acreano Sub-15 de 2019, previsto para a próxima quarta-feira (23), no Florestão. E segundo, por causa de umas fotografias antigas de equipes juvenis do Acre que eu andei revendo por estes dias.
No momento em que escrevo, não sei quem fará a finalíssima desse certame Sub-15. É que cometo a crônica na sexta-feira (18) e as semifinais estão marcadas para sábado (19). O que eu sei é que tem muito menino bom de bola nos quatro times: Galvez, Bangu, Independência e Rio Branco.
No que diz respeito às fotografias antigas de equipes juvenis, destaco duas delas. Uma do Independência de 1969 e outra do Juventus de 1967. Em ambas, uma profusão de rostos que jogavam o fino da bola e poucos anos depois foram alçados à condição de titulares das suas respectivas equipes.
Na fotografia do Independência, pelo menos três jogadores ganharam status de estrelas do futebol acreano: Illimani (goleiro), Manoel (volante) e Tonho (atacante). E na fotografia do Juventus, destaco quatro: Antônio Maria e Messias (defensores), Nilson e Elísio (atacantes). Craques!
Sem falar, ainda seguindo o fio da meada do argumento, no time do Atlético Acreano, temporalmente aqui bem pertinho da gente, que subiu da Série D para a Série C, em 2017, com grande parte do elenco formado em casa. É isso. As pedras preciosas estão na base. Basta que sejam lapidadas!