Clássico é clássico

Nesta quarta-feira (23), num dos mais tradicionais estádios do mundo, no caso o Maracanã, um super clássico vai monopolizar as atenções dos torcedores brasileiros. Flamengo e Grêmio entram em campo para saber quem vai representar o país na final da Copa Libertadores da América.

Eu, que não sou barro nem tijolo nessa briga de cachorro grande, vou ficar quietinho no sofá aqui de casa só de “bizu”, torcendo para que os jogadores de ambos os lados estejam em noite inspirada, realizando belas jogadas, driblando de forma desmoralizante os adversários e outros que tais.

(Por mim, quando não está em campo o meu time do coração, todo jogo deveria ser 5 a 5. Times no ataque de forma avassaladora, zagueiros tomando canetas, cruzamentos perfeitos, bicicletas espetaculares, cabeçadas mortais. Em clássico, eu acho que as chuvas de gols deveriam prevalecer).

No jogo desta quarta-feira, não existe um franco favorito. Não existe mesmo. Afinal de contas, como dizem os melhores filósofos de botequim, “clássico é clássico e vice-versa”. Daqui pra lá e de lá pra cá, pra onde o vento apontar é nó na madeira. O brilho pertence aos melhores solistas.

Não existe um franco favorito, mas o Flamengo, em fase crescente, depois que a sua diretoria gastou rios de dinheiro para qualificar o elenco e trouxe um português com nome de divindade, eu diria que está algumas polegadas à frente para decidir essa parada. Jesus é o nome do lusitano.

Os detratores da fase do Flamengo dizem que assim não vale. Desse jeito, com um Jesus no comando técnico, não tem tentação do diabo que possa ser suficiente para dar um breque no time. Só não pode deixar que apareça um Pilatos para julgar e mandar o Jesus português para a cruz.

Por outro lado, os gremistas adeptos daquela teoria do raio que não cai duas vezes no mesmo lugar (há controvérsias sobre essa teoria, viu?), entendem que o Flamengo desperdiçou a chance de liquidar a fatura no confronto de Porto Alegre, quando mandou no jogo e só conseguiu empatar.

Eu tenho um amigo gremista, o doutor Eduardo Ritter, que me falou exatamente isso. Disse que o Grêmio escapou fedendo naquele jogo da ida. E que agora chegou o momento de promover um novo “Maracanaço”. Tal e qual aquele que a seleção uruguaia promoveu em cima do Brasil em 1950.

Eu acho que vai dar Flamengo. Mas não seria de todo estranho se desse Grêmio. Esse é um jogo em que tudo pode acontecer. Nem o meu tarô respondeu à minha consulta. Puxei uma carta e saiu a figura do “enforcado”. Não entendi nada. Se não der vice, vai dar versa. Clássico é clássico!