Outro dia ouvi uma discussão entre colegas de como no Brasil é mal aproveitado o turismo do futebol. Essa forma de turismo diz respeito a atração de gente de fora para assistir partidas de futebol da elite nos mais variados lugares do país.
Além da receita para a partida de futebol em si, o turista também aproveita a cidade onde se realiza o espetáculo, com suas atrações, além de dar movimentação ao negócio hoteleiro.
Na Europa, é relativamente comum torcedores se programarem para assistir campeonatos inteiros em suas partidas em casa e fora.
Eles compram ingressos para o ano inteiro e se organizam para diversas viagens para acompanhar seu clube. Óbvio que o número de torcedores que assiste partidas fora da sua base é bem menor do que os jogos em casa, até por que os clubes quando atuam em seus estádios têm uma carga de ingressos muito maior do que a do visitante.
Mas, enfim, é um tipo de turismo possível e real.
Mas aqui no Brasil essa prática é pouco comum. Não se tem certeza se o clube vai jogar no sábado, domingo ou segunda-feira, isso no caso do Campeonato Brasileiro. Não vou nem falar de horário, por que isso é outro problema.
Lá fora ocorrem também essas mudanças de data e horário de jogos ao longo do campeonato, para atender principalmente interesses de emissoras detentoras de direitos de transmissão e por conta de sobreposições de torneios, mas essas questões são definidas com uma antecedência razoável e aceitável.
A televisão aqui tem mais controle dos jogos, mudando a tabela de data e horários em poucos dias antes das partidas. Lá na Europa também se paga muito bem pelos direitos de transmissão pela TV das partidas, mas nem por isso faz-se mudanças bruscas como ocorrem por aqui.
O CSA, que passou pela primeira divisão esse ano, enfrentou os times da elite do futebol brasileiro na capital alagoana. Um grupo de amigos daqui de São Paulo compraram passagem aérea para assistir seu time atuar em Maceió.
Programaram de chegar na sexta à noite e ir embora domingo também à noite. Além da partida, iriam fazer turismo em um dos locais que tem as mais belas praias do litoral brasileiro. Não é que mudaram a partida em cima da hora para segunda-feira.
Foram para lá assim mesmo, mas não viram a bola correr no estádio. Eles me contaram também que já havia ocorrido esse mesmo problema em uma partida de seu clube no Rio de Janeiro. A sorte é que eles iriam de ônibus, o que é bem mais fácil e barato mudar de horário e ou até cancelar a passagem.
O fato é que me dá nos nervos quando abro calendário do Campeonato Brasileiro e não consigo saber a data e o horário exato da partida com mais de duas semanas de antecedência.