Novo Flamengo aprendeu rápido como se trata TV

Não deu um ano de sucesso, com um time consistentemente superior a qualquer outro time brasileiro, capaz de atrair multidões em partidas pelo país afora seja para o estádio seja para a frente da televisão, com comemorações de títulos de deixar os adversários atônitos, o Flamengo aprendeu rápido como deve cobrar por isso.

Até treino do Flamengo tem sido transmitido ao vivo. A exposição da equipe por horas e horas, mesmo sem entrar em campo, surpreende. Torcedores em outros clubes se renderam ao assistir aos jogos da equipe rubro-negra, pelo menos na TV.

Mas virou o ano e veio a conta. E foi para cima do principal parceiro, tanto financeiro como de divulgação da marca: a Globo. O time da Gávea já não quer mais o mesmo que pagam para os outros grandes participantes do Campeonato Carioca.

A proposta é três vezes maior para transmitir seus jogos – ou não terá nada. Além disso, o Flamengo foi ainda para cima da emissora pelo fato dela preterir o clube na exibição de partidas do Brasileirão no canal aberto.

Os jogos do rubro-negro ficaram para o pay per view. Ou seja, vê quem paga, mesmo pela televisão.

A Globo optou em transmitir outros clubes na TV aberta numa intrincada rede de interesses que envolve disputa com a Turner, que possui direitos de transmissão de partidas de alguns times da elite em canal fechado, tentativa de faturar mais com o Flamengo num sistema de pagamento sob demanda (o pay per view) e também oferecer a outros clubes da Série A um tratamento mais equânime de exibição para justificar seus altos investimentos em contratos de direitos de transmissão.

Esse imbróglio foi parar na justiça. O rubro-negro está pedindo uma grana por uma suposta quebra de contrato.

O fato é que a realidade da Globo não permite mais gastos com o futebol. A empresa de comunicação imaginava agora só faturar, depois da renovação difícil (e valores altos) com clubes pela exibição do Brasileiro nos próximos anos.

O Flamengo, que muitos anos foi dependente da Globo, parece agora ter mais fôlego do que a emissora para a briga. Nos bastidores, por certo existe muita coisa em disputa que não sabemos ao certo. O rubro-negro não brigaria à toa com seu maior parceiro comercial.

Mas é muito interessante uma entidade partir para uma luta aberta diante, até então, de uma intocável empresa.