Não vi nenhum jogo desse campeonato acreano de 2020. Quem acompanha essas minhas mal traçadas sabe que eu moro em Fortaleza desde 2015. Não vi nenhum jogo, mas leio tudo a respeito do certame e vejo os gols nas páginas da rede de computadores. Vivas à moderna tecnologia!
Por ler tudo e ver os gols, ainda que à distância, é que eu me permito dizer alguma coisa sobre o desenrolar do campeonato. Então, recolhe um fragmento de informação aqui, outro ali, chego à goleada sofrida pelo sempre glorioso Rio Branco, nesse fim de semana, às margens do igarapé Rapirrã.
A bem da verdade, eu já andava desconfiado que a defesa do Estrelão não inspirava essa confiança toda não. Afinal de contas, o time já tomara quatro gols contra equipes consideradas pequenas nas duas rodadas iniciais do campeonato. Dois gols do Andirá (2 a 4) e dois do São Francisco (2 a 4).
Nas duas oportunidades, os gols sofridos pelo Rio Branco foram minimizados pelo bom desempenho do ataque. Alguns amigos meus, riobranquinos desde sempre, caso do empresário Ezequias Açaí Sarado, até me diziam que o time tomava muitos gols porque jogava sempre no ataque.
Pois bem. Enquanto essa matemática do fazer mais gols do que sofrer estava funcionando, tudo bem. Do ponto de vista funcional, o que importa é acrescentar os três pontos na conta do time. Entretanto, como aquela pedra no meio do caminho, eis que chegou o dia em que o argumento foi ao chão.
Nessa lapada que o Rio Branco levou do Plácido de Castro, a matemática funcionalista não surtiu efeito. Era preciso ter um super ataque para fazer sete gols e superar os seis sofridos. Missão difícil para qualquer artilharia. Talvez pudesse ter acontecido se fosse uma pelada de futsal…
Independentemente, porém, da fragilidade demonstrada pelo setor defensivo do Estrelão desde o início do campeonato, eu penso que alguns outros fatores podem ter contribuído para essa goleada vexatória contra o Plácido. Fatores, eu diria, de contornos externos ao simples universo da bola.
Um dos fatores pode ter sido a decisão de mandar a delegação para o local do jogo na véspera. O raciocínio foi o de que viajar no dia do jogo deixaria os jogadores cansados, ainda que apenas 90 Km separem a capital Rio Branco da cidade de Plácido de Castro. Então, o time foi um dia antes.
Explico. É que Plácido é a cidade onde, um tempo atrás, o mago Marcelo Altino fazia as suas mandingas, à beira justamente do igarapé já citado nesta crônica. Ora, a gente sabe que o mago recentemente foi demitido da base do Estrelão. Era provável que ele procurasse uma vingança. Será?