Nesta quarta-feira (11), uma das lendas vivas do futebol acreano completa 80 anos. O referido personagem, nascido no dia 11 de março de 1940, é o ex-armador e técnico José Augusto da Cunha, pai do músico e professor da Ufac Écio Cunha. Ele foi futebolista no período de 1956 a 1971.
Com os pés ligeiramente voltados para o lado de dentro do próprio corpo, José Augusto da Cunha reunia duas características marcantes enquanto jogador de futebol: os lançamentos precisos de longa distância e a velocidade com que se deslocava em campo, dada a amplitude das suas passadas.
Por conta dessa última característica, ele ganhou o apelido de “Passada Larga”. Um torcedor antigo com quem eu conversei, me garantiu que ele era uma espécie de “falso lento”. As pernas dele não se movimentavam com rapidez, mas a passada o fazia chegar sempre à frente dos adversários.
Nos 15 anos em que o Passada Larga esteve em atividade, foram quatro os clubes que ele defendeu: Rio Branco (1956 a 1962 e depois em 1965 e 1966), Vasco da Gama (1963), Grêmio Atlético Sampaio (1967 e 1968) e Andirá, onde pendurou as chuteiras, nos anos de 1969 a 1971.
No ano de 1964, aquele de famigerada memória, quando a ditadura militar foi instaurada no Brasil, um problema no joelho fez o Zé Augusto “Passada Larga” dar um tempo na carreira. Ele foi para o Rio de Janeiro, tratar do joelho machucado. Só voltou ao Acre quando se considerou curado.
Nessa passagem pelo Rio de Janeiro, depois que o joelho já não o incomodava, Zé Augusto, por sugestão de um amigo, andou treinando no Bonsucesso. O técnico se chamava Daniel Pinto e queria a contratação dele. Mas ele não aceitou, com medo de perder o emprego que tinha no Acre.
Depois de deixar de jogar bola, Zé Augusto “Passada Larga” virou treinador. A convite do professor Gadelha, ele foi treinar o Internacional, o famoso Saci do Ipase. Ficou várias temporadas no clube. Na sequência, treinou mais dois times: o Vasco (1976 e 1977) e o Atlético (1991).
O Atlético foi a despedida dele do futebol acreano. E melhor despedida não poderia existir. Afinal, foi o ano em que o Galo do Segundo Distrito conseguiu o seu primeiro título no futebol profissional. Ainda pediram para ele ficar, mas ele estava decidido a se retirar do mundo da bola.
Nos dias que correm, apesar da idade já avançada, o velho craque ainda frequenta estádios. Mas só de vez em quando. Ele prefere ficar assistindo jogos no sofá de casa. Ele vê todos os jogos que pode. Vascaíno, ele não está nada feliz com o seu atual time. Vida longa ao “Passada Larga”!