Largaram Ronaldinho Gaúcho e o impacto do Coronavírus

Não vi ninguém defendendo abertamente a liberdade de Ronaldinho Gaúcho. O caso é cheio de dúvidas e se tratando do craque e seu irmão, que não emanam essa confiança toda da opinião pública, muita gente decidiu não bancar a versão de vítima de ambos.

Acho estranho um cara rico, viajado e de tanta influência ser pego de maneira tão simplória: passaporte falso. Quem vai muito para exterior, uma das grandes preocupações é justamente ter os documentos em dia e sem problemas para cruzar o controle de documentos nos aeroportos, além de mantê-los com segurança.

O motivo é simples: ele é o seu único meio de identificação num país que não é seu. Aqui no Brasil, se você não tiver o RG em mãos, há diversos outros meios de comprovar sua existência e que são válidos no território nacional, pelo menos para não te levarem para uma séria averiguação.

O fato é que o rolo parece complicado. Ronaldinho Gaúcho foi craque em campo, mas nunca teve um comportamento amável e límpido fora dele, inclusive com dirigentes e colegas de trabalho. É visível isso por que não se viu manifestação mais eloquente de clubes e aqueles que os orbitam em defesa do gaúcho.

Agora o coronavírus é uma hecatombe no futebol brasileiro. Serão dois meses sem jogos? Quem vai pagar por isso? Clubes endividados, precisando de dinheiro, o atleta não pode nem ser vendido ou sair do país por que o problema é global.

A não presença de público nos estádios nem é algo tão crítico em muitos lugares, já que em várias partidas a bilheteria não dá dinheiro para nada. Ajuda mais a pagar a própria realização daquele evento, mas sobra pouco, com algumas exceções em times da elite.

O dinheiro da TV não é para todo mundo, mas ajuda mais. Além disso, muitos patrocinadores fecham com os clubes (inclusive aqueles de estaduais onde não se têm recursos de direitos de imagem) porque contam com a visibilidade da marca na TV nas partidas. Mas sem elas, como fica?

O patrocinador vai pedir arrego, por que ele também está sendo afetado pela epidemia, com gente em casa, sem sair, comprar, consumir, com pouco dinheiro.

A situação exige alguma medida da CBF para amenizar principalmente os clubes dos rincões do país onde os estaduais (a maioria deles ainda nas primeiras rodadas ou terminando o primeiro turno) são a única forma de existência.

Mas isso é uma incógnita. A CBF tem hábito de lavar as mãos quando é chamada à responsabilidade.