MANOEL FAÇANHA
O ex-goleiro Hudson Moreira, 52 anos, após ser acometido por uma diabetes há duas décadas, vive um drama pessoal. O ex-arqueiro, após perder alguns dedos do pé direito, recentemente passou por outro processo cirúrgico doloroso, quando os médicos tiveram que amputar o pé esquerdo para frear a doença no organismo dele.
Sem emprego fixo, o atleta agora necessita de recursos para o tratamento de uma retinopatia diabética, doença que causa danos aos vasos sanguíneos no tecido da parte traseira do olho (retina).Os amigos, sensibilizados com a situação do ex-arqueiro, lançaram na semana passada uma campanha nas redes sociais como objetivo de arrecadar recursos para cobrir os custos do tratamento, algo em torno de R$ 10 mil. “Estou confiante na possibilidade de contar com a ajuda da comunidade esportiva, principalmente daqueles amigos que fiz durante minha trajetória de atleta na quadras e campos de futebol, para conseguir o tratamento para a minha visão.
Os interessados em contribuir com a campanha podem efetuar sua contribuição depositando os valores no Banco do Brasil, agência 2359-0, conta corrente 78497-4.
Carreira vitoriosa construída na base do Juventus
Com a carreira futebolística construída na base do Juventus, clube no qual ficou quase 10 anos (1982-1990), Hudson Moreira chegou ao Clube do Povo ainda bem cedo, aos 15 anos, para um período de testes no time infantil. “Certo dia eu e um amigo, o Geleia, jogávamos futebol próximo ao extinto cine João Paulo, quando ele me propôs a realizar um teste no Juventus. Topei na hora e no outro dia tive minha primeira oportunidade no Clube do Povo. Lembro-me ainda que neste dia ocorreu um treino tático de chute ao gol e, após boa atuação, fui aprovado.
A segurança e o jeito destemido debaixo das traves foram assimilados ainda quando criança jogando a modalidade de handebol. “Eu tinha 12 anos e treinava no gol da equipe de handebol do Centro Social Urbano (CSU). Então, para a posição, era normal uma bolada na cabeça ou outra parte do corpo”.
Na base juventina, Hudson garante que foi dono da camisa 1 por quase uma década. “Fui campeão nas categorias infantil (1982), juvenil (1982/1983) e juniores. Outra experiência (1985) que orgulha o arqueiro diz respeito a sua participação no Campeonato Brasileiro de Seleções, inclusive, conquistando o título regional de 1985, quando, à época, era o reserva imediato do goleiro Kleber.
Entre os ídolos da carreira, ele cita o saudoso Ilzomar Pontes. “Era um baita goleiro e era aficionado pelos treinamentos e sempre era o último a deixar as atividades. O arqueiro também elogiou Carlos, ex-companheiro de equipe no Juventus.
Goleiro deixa os gramados para se dedicar às quadras
No início da década de 1990, o goleiro Hudson, após já figurar entre os profissionais do time juventino, resolveu optar pela modalidade de futsal, dando adeus assim ao profissionalismo, mas antes, ajudando o clube na conquista do estadual 1990. “Fiz minha opção pelo futsal, mas nada de anormal ocorreu na minha saída do Juventus, um clube que aprendia amar e guardar do lado esquerdo do coração”. O ex-arqueiro lembra ainda que ainda jogou no futebol amador com a camisa do SN.
Se nos gramados Hudson mostrava grande regularidade, não foi diferente no futsal. O ex-arqueiro fez parte de equipes de ponta do salonismo acreano como Gráfica Estrela, Piauí, AABB, Volta Redonda e tantas outras, conquistando inúmeros títulos importantes na carreira.
O ex-presidente da Federação Acreana de Futsal, desportista Auzemir Martins, 62 anos, que também foi um dos grandes goleiros do futsal local, explica que Hudson era um goleiro cheio de qualidades. “Era destemido, jogava bem com os pés e, como poucos, sabia fazer assistência com as mãos para deixar os atacantes na cara do gol”.
Não era somente nos gramados e também no gol das principais equipes de futsal que Hudson mostrava o seu talento para parar os artilheiros. O ex-arqueiro fez história defendendo na década de 1990 as principais equipes de handebol, onde colecionou títulos pelas equipes da Assermurb, Recriança, Juventus e Brasil.