Na temporada passada, Marquinhos Costa fez sua estreia como treinador de futebol. Foto/Manoel Façanha

Marquinhos Costa: zagueiro clássico que fez sucesso com várias camisas

Francisco Dandão

Marcos Vinícius de Lima Costa, o Marquinhos Costa, foi um raro exemplo de zagueiro clássico, daquele tipo que não precisa dar pancada para barrar os atacantes adversários. Muito ao contrário disso. Apesar de jogar na última linha, aquela de onde os inimigos não podem passar, ele lembrava mais um líbero recuado, lançando bolas precisas para os companheiros.

Quando começou a dar os primeiros chutes numa bola, antes de chegar aos 10 anos de idade (ele nasceu no dia 27 de fevereiro de 1983), numa quadra do Conjunto Habitacional Mascarenhas de Moraes, em Rio Branco (ele veio à luz na capital acreana, mas morou em Mâncio Lima até os 6 anos), Marquinhos não imaginava que um dia seria profissional de futebol.

Vasco de Gama -2002: Da esquerda para a Direita: Adélcio (massagista), Índio, Marquinhos Costa, Valclício e Cley. Foto/Acervo Pessoal Manoel Façanha.

 

Mas esse dia chegou, no Vasco da Gama, em 2002, depois de passar pelas escolinhas do Juventus (1994), pela base do próprio Vasco (1995 a 1999), do paranaense Matsubara (2000) e de novo do Clube da Águia (2001). Além disso, Marquinhos Costa teve uma passagem em campeonatos amadores, aos 17 anos, jogando pelos times do SN e do Nova Esperança.

“Eu fui para o profissional do Vasco aos 19 anos, atendendo a um convite do Raimundo Ferreira, que era dono do Vila Nova, time tradicional no futebol amador. Minha estreia foi contra o Nacional de Manaus, no Vivaldão. Perdemos por 2 a 1. Entrei só no segundo tempo, quando o placar já estava definido. O nosso técnico era o Marcelo Altino”, disse Marquinhos.

Muitas camisas e vários títulos conquistados

 

Com a camisa 10 do Juventus, Marquinhos Costa comemora, ao lado de Railton, o gol da vitória juventina sobre o Tricolor de Aço no certame de juniores em 2003. Foto/Manoel Façanha

 

Em 18 anos de carreira (2002 a 2019), no futebol profissional, o zagueiro Marquinhos Costa vestiu as camisas de sete clubes diferentes: Vasco da Gama (2002 e 2019), Juventus (2003, 2004 e 2011), Rio Branco (2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2010 e 2013), Santa Rita (Equador – 2005), Luverdense-MT (2009), Andirá (2011) e Atlético Acreano (2012 e 2014).

 

Na temporada 2003, com a camisa do Juventus, Marquinhos Costa encara o Andirá, do Mássimo. Foto/Manoel Façanha.

 

Além desses clubes, Marquinhos teve ainda uma rápida passagem por uma seleção brasileira de base, em 2002. “Fui convocado para a seleção pelo técnico Toninho Barroso, depois de uma competição entre seleções estaduais sub-19. Fiquei 15 dias no grupo, treinando na Granja Comari, e participei de três amistosos. Foi uma boa experiência”, garantiu o aposentado zagueiro.

Na temporada 2002, os zagueiros Marquinhos Costa e Jeovanni na Granja Comari a serviço da base da seleção brasileira. Foto/Arquivo Pessoal Marquinhos Costa.

 

No que diz respeito a títulos estaduais, foram vários os conquistados por Marquinhos, mas apenas por dois clubes: Rio Branco (2005, 2007, 2008 e 2010) e Luverdense (2009). “Eu tive a felicidade de fazer parte de elencos vencedores no Rio Branco. O Natal Xavier, o melhor dirigente com quem eu trabalhei, sempre contratava ótimos jogadores”, afirmou Marquinhos.

“Um detalhe que talvez poucos recordem”, continuou Marquinhos, “é que eu comecei a jogar no meio de campo, às vezes como armador, às vezes como volante. Só recuei pra zaga numa emergência, em 2004, num jogo pela Série C, contra o Grêmio Coariense-AM. Fui bem e me fixei na nova posição. O responsável pela mudança foi o técnico João Carlos Cavallo”.

Jogo inesquecível e uma lista dos melhores

Marquinhos tem muitas lembranças boas do seu tempo de futebolista. O jogo, porém, que ele considera inesquecível foi o segundo do mata-mata pela Série C de 2004, contra o Grêmio Coariense. O Rio Branco havia perdido o jogo da ida por 3 a 1. No jogo da volta, o Estrelão devolveu o placar. A vaga foi para os pênaltis. E coube a ele converter a última cobrança.

Sobre os melhores treinadores que o comandaram, o ex-zagueiro citou João Carlos Cavallo e Tarcísio Pugliese. Segundo Marquinhos, Cavallo implantou no Rio Branco um ritmo de trabalho semelhante ao que se fazia na Europa naquela época. E Pugliese tanto entendia muito do que fazia como ainda sabia convencer os seus jogadores para a execução da melhor tática.

 


Rio Branco-2007. Em pé, da esquerda para a direita: Dorielson Mendes (prep. de goleiros), Vinícius, Jeferson Castanheira, Neném, Ismael, Ico e Marquinhos Costa. Agachados: Ley, Testinha, Juliano César, Zé Marco e Marcelo Brás. Foto/Manoel Façanha.

 

Quanto à escalação de uma seleção acreana, ele citou Ronaldo; Ley, Dudu, Marquinhos Costa e Ananias; Zé Marco, Ismael, Testinha e Doka Madureira; Marcelo Brás e Juliano César. Em caso de confronto, ele revelou Juliano César como o atacante mais difícil de marcar. E como melhor parceiro de zaga, ele citou o nome de Zé Roberto, da época do Luverdense.

Luverdense-MT-2009. Em pé, da esquerda para a direita: Thiago Nunes, Marquinhos, Odil, Zé Roberto, Bogé e Ronaldo. Agachados: Macaé, Paulinho, Júnior Rocha, Felipe, Maicon Gaúcho e Éder – Arquivo Pessoal de Marquinhos Costa.

 

O último jogo de Marquinhos como profissional foi em 2019, pelo Vasco. Ele havia parado em 2014, jogando pelo Atlético. Esse retorno, em 2019, foi para atender ao apelo do amigo Som, técnico do time cruzmaltino. Mas agora, ele disse que não tem mais volta. O foco daqui pra frente vai ser um novo desafio profissional, após a conclusão do seu curso de arquitetura.

 

Rio Branco, campeão estadual de 2010. Em pé, da esquerda para a direita. Célio (roupeiro), Douglas, Marquinhos Costa, Rafael, Ismael, Rizo, Esquerdinha, Acosta, Juliano César, Neném, Lucas Cintra (fisioterapeuta), Dorielson Mendes (prep. de goleiros) e Cássio (roupeiro). Agachados: Marcos Antônio, Zé Ricarte, Evilásio, Testinha, Ananias, Ley, Zé Marco, Araújo, Ancelmo e Vinícius Martins (preparador físico). Foto/Manoel Façanha.
Andirá EC – 2011. Em pé, da esquerda para a direita: Marquinhos Costa, Daniel Zaire, Mário Augusto, Fábio e Kinho. Agachados: Jefferson, Eduardo, Moisés, Sandro, João Paulo e Ceziane. Foto/Manoel Façanha
Atlético Acreano – 2012. Em pé, da esquerda para a direita: Marquinhos Costa, Ceildo, Alfredo, Máximo, Gessé e Tidalzinho (treinador de goleiros). Agachados: Ailton, Geovane, Joel, Eduardo, Jonas Xavier e Tragodara. Foto/Francisco Dandão
Na temporada 2019, o zagueiro vascaíno Marquinhos Costa em ação na última partida oficial na carreira contra o Rio Branco. Foto/Manoel Façanha.