Natural de Humaitá, pequena cidade do interior do Amazonas, o cidadão Sebastião Carvalho Gomes, o Babá, atacante habilidoso, nascido no dia 30 de novembro de 1976, pode ser considerado um desses ciganos da bola. Do final de 1999 até 2011, ele jogou por times de seis estados brasileiros: Rondônia, São Paulo, Amazonas, Acre, Minas Gerais e Roraima.
O começo dele no futebol foi um tanto tardio. É que apesar de jogar peladas desde cedo, na sua cidade natal, vestindo, inclusive, quando juvenil, a camisa de um time chamado Moto Club, Babá só foi tentar a sorte num time adulto no segundo semestre de 1999, aos 23 anos. Justamente o Genus, de Porto Velho. Foi aprovado, mas ficou só uns meses no clube rondoniense.
Aliando velocidade, drible, gols e um controle de bola acima da média, em comparação aos demais atacantes da região Norte, logo o baixinho Babá chamou a atenção do futebol de outros centros. E então, já no ano seguinte, 2001, ele se transferiu para o Botafogo de Ribeirão Preto, passando, na sequência, pelo Taquaritinga e pelo Garça, todos do interior de São Paulo.
A chegada ao Acre deu-se no começo de 2003, para defender o Vasco no campeonato estadual. No segundo semestre do mesmo ano ele migrou para o Rio Branco, onde ficou até 2005. Mas entre São Paulo e Acre, Babá jogou em outros seis clubes: Nacional-AM, Atlético de Três Corações-MG, Princesa do Solimões-AM, Rio Negro-AM, Fast-AM e Rio Negro-RR.
Outras camisas e momentos marcantes
Quando acabou o contrato com o Rio Branco, Babá teve uma breve passagem pelo Independência (2005) e depois foi para o São Raimundo-AM, onde jogou em 2006. Aí resolveu dar um tempo do futebol. Estava com quase 30 anos e achava que deveria parar com a bola e se dedicar a outra atividade. Uma amiga do craque arranjou pra ele uma vaga numa empresa amazonense.
A distância da bola durou dois anos. Quando chegou 2009, ele recebeu um convite para voltar ao Rio Branco e não pensou duas vezes. Aos 32 anos, para alegria dos seus admiradores, Babá compreendeu que ainda poderia dar a sua contribuição dentro do campo. Um retorno que durou até 2011, quando ele pendurou as chuteiras de vez, defendendo as cores do Plácido de Castro.
Dez anos (descontados aqui os dois anos parados) foi o tempo que durou a aventura do atacante Sebastião Carvalho, o Babá, nos campos de futebol. Tempo suficiente para possibilitar a conquista de três títulos estaduais (dois pelo Rio Branco e um pelo São Raimundo). Dois títulos e algumas dezenas de gols (ele calcula que tenha marcado entre 50 e 60 gols).
Os momentos marcantes, no dizer dele, foram muitos. Mas, ao pedido de destacar um desses momentos, Babá citou um jogo do São Raimundo-AM contra o São Paulo, pela Copa do Brasil. “Foi emocionante enfrentar alguns monstros sagrados do futebol brasileiro. No caso, o Kaká, o Luiz Fabiano, o Belleti, o Rogério Ceni… Momento único”, explicou o ex-atleta.
Dia de protagonista e os grandes parceiros
O jogo marcante foi entre São Raimundo e São Paulo. Mas o grande lance protagonizado por Babá, de acordo com ele, aconteceu num jogo entre Plácido de Castro e Juventus. “Fomos para o vestiário, no intervalo, perdendo por 3 a 0. Na volta, empatamos e eu fui o autor dos lances que resultaram nos nossos gols, sempre driblando um monte de zagueiros”, disse.
No que diz respeito a uma seleção de jogadores do futebol acreano, Babá não quis fazer uma escalação, mas citou vários nomes, de forma aleatória: “Marquinhos Costa, Dudu, Ley, Ananias, Dema, Mamude, Tangará, Juliano César, João Paulo, Marcelo Cabeção… Todos esses caras jogavam demais… Foram grandes parceiros de time”, garantiu o ex-atacante.
O zagueiro mais difícil de enfrentar, de acordo com Babá, foi o Jefferson Castanheira. “Era complicado jogar contra ele”, afirmou. E o melhor parceiro de ataque foi o Juliano César. “Um cara com faro de gol, verdadeiro matador”, explicou. E como dirigente mais competente, Babá garantiu ter sido Natal Xavier. “Sempre presente e pagava em dia” (rsrs).
Sem grandes planos para o futuro, o ex-atacante mora hoje em sua cidade natal, Humaitá, onde trabalha na Secretaria Municipal de Esportes e dá aulas três vezes por semana numa escolinha de futebol. “O futuro eu entrego a Deus. Enquanto isso vou tentando passar para os meus alunos o que eu aprendi nos meus anos de bola. E obrigado pela lembrança”, concluiu.