Nascido em Rondônia, no município de Rolim de Moura, mas registrado na vizinha Cacoal (não havia cartório na cidade de origem), no dia 16 de junho de 1981, o hoje técnico Zé Marco (José Marco Rodrigues) mudou com a família para Rio Branco ainda na infância, onde se iniciou no futebol batendo peladas no campo de areia do Tangará e na Funbesa.
Logo depois desse período das peladas, ele passou a integrar, sucessivamente, os times infantis do Real Madrid (bairro Tangará) e Recriança (do desportista Mimi). Foi quando começou também a definir o seu lugar em campo, ora atuando como volante (posição na qual viria a se consagrar no futuro), ora como meia-armador, ora como lateral-direito.
Na segunda metade da década de 1990, a família de Zé Marco fez o caminho de volta para Rondônia. E aí não demorou a surgir a oportunidade do polivalente jogador vestir a sua primeira camisa de um time adulto: a do Pinheiros, de Rolim de Moura, que atualmente mudou o nome para Guaporé. Aos 18 anos, em 1999, ele virou titular absoluto do bom time do Pinheiros.
“Graças a Deus”, afirmou Zé Marco, “eu fui um vencedor no futebol desde os primeiros chutes. Tanto que ganhei vários títulos ainda nos tempos de infantil no Real Madrid, do finado Casca Uva, e no Recriança, do Mimi. E na minha estreia num time adulto, já de cara tive a boa sorte de vencer o Ji-Paraná, pelo campeonato rondoniense de 1999. Ganhamos por 2 a 1”.
Chuteiras penduradas e nova carreira
De 1999 até 2013, dos 18 aos 32 anos, portanto, o ótimo volante Zé Marco defendeu as cores de nada menos do que 12 clubes. Além do Pinheiros, ele jogou nos seguintes times: Rio Negro-AM, Nacional-AM, Fast Club-AM, Grêmio Coariense-AM, Irati-PR, Campinense-PB, Penapolense-SP, Grêmio Capivariano-SP, Juventus-AC, Atlético-AC e Rio Branco-AC.
A decisão de pendurar as chuteiras, apesar de ainda ostentar uma ótima condição física, de acordo com Zé Marco, ocorreu por conta de dois principais fatores. “Primeiro porque não achei interessantes financeiramente as propostas que me foram apresentadas para continuar em campo. E depois porque eu recebi um convite para ser treinador do Atlético”, garantiu ele.
Nos sete anos como treinador, Zé Marco trabalhou em três clubes: Atlético Acreano (2014), Princesa do Solimões-AM (2015 e 2016) e Galvez-AC (2017, 2018, 2019 e 2020). Ainda não conseguiu títulos. Mas já acumula quatro vice-campeonatos: um no Atlético, dois no Princesa do Solimões e um no Galvez. “E nesse ano eu já ganhei o primeiro turno”, disse Zé Marco.
Tido como um treinador disciplinador, desses que exige dos seus comandados um rigoroso cumprimento dos horários, bem como total obediência no que diz respeito às determinações táticas, Zé Marco se define igualmente como um professor que tem sensibilidade tanto para cobrar quanto para apoiar os atletas. “Tudo no seu tempo e na dose certa”, explicou.
Os títulos que não saem da memória
Zé Marco sempre participou de elencos vencedores como jogador. Isso o possibilitou ser campeão várias vezes. Três desses títulos ele citou como os mais emblemáticos: o do campeonato amazonense de 2001, pelo Rio Negro; o da primeira fase do campeonato paranaense, pelo Irati, em 2002; e o do campeonato paulista da série A3, pelo Penapolense, em 2011.
Os jogos inesquecíveis, ele destacou a decisão do campeonato amazonense de 2001, pelo Rio Negro, por ser o primeiro título dele como profissional; o jogo decisivo da série A3 de 2011, pela Penapolense, porque muita gente achava que ele não conseguia mais jogar em alto nível; e o 1 a 1 contra o ASA, pelo Rio Branco, no campeonato brasileiro da série C de 2009.
Quanto à seleção acreana, ele citou um monte de gente: “Ronaldo, Ley, Marquinhos Costa, Eleilson, Ananias, Marcelo Pinheiro, Ismael, Testa, Ivan Janine, Rossine, Doka Madureira, Juliano César, Marcelo Brás e Zé Marco. Para treinador eu escolheria o Mirandinha, com quem eu trabalhei em Manaus. Ele que se virasse pra escalar”, disse Zé Marco divertido.
Quanto aos melhores personagens do futebol acreano ele apontou o dirigente Natalino Xavier, por sempre honrar os compromissos, e o árbitro Carlos Ronne, pela segurança. Por último, ele falou dos seus planos para o futuro: “Me aperfeiçoar sempre, para evoluir como treinador, em questões técnicas, táticas e gestão de grupo e chegar a um grande clube brasileiro”.