J. Edson durante premiação da Bola de Ouro, ocorrido na década de 1990. Foto/Acervo Carol Santiago

Há 18 anos a crônica esportiva chorava a morte de J. Edson

MANOEL FAÇANHA

A morte do cronista esportivo Edson José Herculano Santiago, chamado no meio esportivo de J. Edson, ex-editor de Esportes do jornal A Gazeta, completa neste domingo (7) 18 anos. O site namarcadacal.com.br traz uma homenagem especial ao ex-cronista esportivo e um depoimento emocionante da filha Carol Santiago.

Quem era J. Edson

Natural da cidade de Cruzeiro do Sul-AC, J. Edson morreu aos 36 anos (ele nasceu no dia 25 de janeiro 1966). Ele era casado com Vera Licia Silva Santiago e pai de dois filhos: Carol e Gabriel. Profissional de memória excepcional e bom conteúdo jornalístico, J. Edson iniciou a carreira nos primeiros anos da década de 1980 nas fileiras da Rádio Difusora Acreana. Pouco tempo depois, o faro jornalístico o levou a fazer parte do recém-criado jornal O Repiquete, hoje A Gazeta, diário onde por duas oportunidades assumiria o cargo de editor chefe. Edson ainda trabalhou em outras duas rádios: Alvorada e Acre FM 93.3.

O trabalho qualificado e a dedicação às coberturas esportivas foram suficientes para o profissional ganhar vários prêmios, entre eles: “A Bola de Ouro”, honraria oferecida aos melhores cronistas esportivos do país, em solenidade ocorrida em meados dos anos de 1990, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro.

No início da carreira, o cronista esportivo J. Edson (camisa de punho) ao lado do jornalista Roberto Vaz. Foto/Acervo Manoel Façanha
O cronista esportiva J. Edson durante premiação da Bola de Ouro, ocorrida em meados dos anos 1990 na cidade de Petrópolis-RJ. Os conterrâneos Chico Pontes e Evandro Cordeiros aparecem à direita da imagens. Acervo/Carol Santiago

 

Torcedor apaixonado do Atlético Clube Juventus, J. Edson, a época do falecimento já havia se convertido há cinco anos a uma denominação evangélica, na qual era um dos lideres.

Acidente fatal aos 36 anos

J. Edson faleceu ao colidir com o seu automóvel num poste de energia elétrica nas proximidades da cidade de Plácido de Castro, no dia 7 de junho de 2002, quando retornava à cidade de Rio Branco, após reunião com alguns membros de uma denominação religiosa da cidade.

O destino quis que, assim como o renomado narrador esportivo Fiori Gigliotti, dono do jargão esportivo “abre as cortinas e começa o espetáculo”, J. Edson viesse também a falecer durante uma disputa de Copa do Mundo, mas quatro anos antes do paulista Fiori Gigliotti, esse indo a óbito quando da disputa da Copa da Alemanha/2006. Outro cronista esportivo que morreu em período de Copa do Mundo foi Roberto Drummond, duas semanas após a morte de J. Edson.

Veja abaixo depoimentos de personalidades esportivas colhidos dias após a morte de J.Edson

Quase duas décadas depois, Carol abre o coração e fala da perda do pai

Passado 18 anos da morte do pai, a então adolescente Carol Santiago, hoje com 31 anos e com formação nos cursos e jornalismo do Iesacre/Uninorte e Direito, abriu o coração para falar da perda do pai. Veja a seguir um depoimento da filha do cronista esportivo.

J. Edson em momento familiar com a filha Carol Santiago. Foto/Carol Santiago

“Hoje completam 18 anos da partida de meu pai para a gloria de Deus. Quero dizer a todos que meu pai era meu amigo, meu defensor e meu conselheiro. Em números de anos, a sua partida parece muito… Já foram quase duas décadas sem a presença dele entre nós, mas em saudade isso aumenta mais ainda. Neste período não houve nenhum dia desde sua precoce partida que ele não tenha sido lembrado! Deus tem lá seus desígnios e caminhos, né? Meu pai, um homem tão novo, quase na idade que eu tenho hoje, tão cheio de vida, sonhos e vontade de crescer, mas aprouve ao criador do universo levá-lo para mais perto. No início, questionamos muito…relutamos com Deus…eu e minha mãe, mas o tempo fez com que aceitássemos…a dor cicatrizou, mas a saudade…ah…essa será eterna!! Mas além da saudade, existe outro sentimentos, sim! O de gratidão e orgulho, orgulho por ter sido filha de um homem tão íntegro, tão querido, tão respeitado e amado por todos! Meu pai não nos deixou grandes heranças, dinheiro e bens materiais, mas deixou o maior legado que alguém pode deixar: um nome…um nome querido, honrado e que onde se é pronunciado tem portas abertas. E pra finalizar, ele nos deixou uma mãe exemplar, que soube continuar criando e educando muito bem, eu e meu irmão e graças a Deus e a ela temos uma família estruturada e de valores. Gratidão a Deus e saudades eternas do pai J. Edson!!

Em casa, o cronista J. Edson com a esposa Vera e a filha Carol. Foto/Acervo Pessoal de Carol Santiago.
Carol Santiago, aos 31 anos, com a mãe Vera, o irmão Gabriel e a filha Helena. Foto/Acervo Carol Santiago.
  Fac-símile da página de Esportes do Jornal Opinião de 7 de junho de 2020.