Nascido no dia 25 de março de 1957, o cidadão Auzemir Martins de Sousa desde criança mora na Travessa Mirim, 85, no bairro do Aviário, em Rio Branco, nas imediações do campo do Independência. Uma proximidade geográfica que foi decisiva para o seu ingresso como goleiro no infantil do Tricolor de Aço, em 1972, sob o comando do radialista Campos Pereira.
Depois disso, enquanto aguardava o despontar do caminho que haveria de trilhar enquanto desportista, Auzemir jogou, sucessivamente, pela Rodoviária do professor Rivaldo Melo, entre 1973 e 1975, e pelo juvenil do Vasco da Gama, onde se sagrou campeão estadual em 1976, tendo como dirigente o professor Almada Brito e como técnico o zagueiro Carlito Viegas.
“Nesse mesmo ano de 1976, eu andei figurando no banco de reservas do time principal do Vasco. O titular era o Ina. Mas aí, quando começou o ano de 1977, eu recebi um convite para jogar um campeonato interbairros de futebol de salão pelo time da Contag. Fomos campeões desse torneio e eu me apaixonei definitivamente pelo esporte da bola pesada”, falou Auzemir.
Deste ano da estreia no futebol de salão até 1988, quando resolveu se retirar de dentro das quadras, Auzemir defendeu várias equipes. Casos de, entre outras, Atlético Acreano, Juventus, Real, Rio Branco, Banacre, Independência e Piauí. “Havia sempre uma boa proposta ao fim de cada temporada. Ganhei até emprego público para jogar”, explicou o ex-goleiro.
Um jogo para não sair da memória
De acordo com Auzemir, pelo fato de ele sempre figurar em grandes times do futebol de salão do Acre, foram inúmeros os títulos conquistados e muitas as emoções vividas. “Títulos a gente conquistava quase todo ano. Era muita festa. Eu tive o prazer de jogar ao lado de muita gente boa e, por isso mesmo, ganhar um bom dinheiro e levantar muitos troféus” disse ele.
Mas se teve um jogo que jamais vai sair da memória dele, esse foi jogando pelo Banacre, em 1985, no Ginásio Aécio de Borba, em Fortaleza, contra o Jaó, time de Goiás, válido pela Taça Brasil de Clubes. Nesse dia, apesar da derrota por 1 a 0, Auzemir foi considerado o nome do jogo. Não fosse a atuação dele, o time acreano poderia ter sofrido até uma goleada.
“O time do Jaó era considerado, naquele tempo, um dos três melhores do país. Mas eu estava inspirado. Defendi muito. Os caras diziam que eu parecia uma muralha. De lamentável, apenas, que nós não conseguimos furar a barreira deles e acabamos perdendo o jogo. Se a gente ganhasse, eu acho que seria uma espécie de consagração absoluta”, especulou Auzemir.
“Mas é preciso dizer também que aquele foi um tempo muito bom do nosso esporte de quadra. Havia muito intercâmbio com outros centros, tanto de clubes quanto de seleções. Havia muito apoio de determinadas instituições públicas, os ginásios lotavam nos diversos torneios, os jogadores eram todos muito bem pagos, muito legal mesmo”, completou o ex-goleiro.
Os destaques do salão e as novas atribuições
Embora Auzemir tenha relutado para escalar os melhores jogadores do seu tempo, levando em conta que a lista de craques era bem extensa, ele acabou topando o desafio. Para ele, um time perfeito formaria com Azevedo; Cirênio, Ney, Casquinha e Klinger. E para a suplência destes, ele escolheu os seguintes nomes: Lauro Fontes; Pedrinho, Marcos, Adrian e Pereira.
No que diz respeito aos melhores nomes na condição de dirigente, técnico e árbitro, a escolha do ex-goleiro recaiu sobre as figuras de Domingos Amaral (dirigente), Davi Abugoche (técnico), Marcelo Henrique, Ronne Casas e Josemar Almeida (árbitros). “Todos esses, dignos e impecáveis dentro das suas respectivas funções”, ressaltou Auzemir Martins.
Mas a vida do Auzemir não se restringe a uma vitoriosa carreira dentro das quadras. Mal “pendurou o tênis”, ele virou dirigente, ora na condição de presidente, ora na condição de vice-presidente, ora na condição de diretor técnico da Federação de Futsal. E ainda encontra tempo para organizar, isso falando dos últimos cinco anos, a competição Copa TV Gazeta de Futsal.
E, por último, ainda que seja muito difícil contrapor situações passadas e presentes no esporte, Auzemir não se negou a comparar o futebol de salão do seu tempo com o futsal atual. De acordo com ele, “tudo era melhor antigamente. Tanto que hoje é difícil até a gente falar de um grande jogador. Mas, se Deus quiser, com os apoios certos, isso em breve haverá de mudar”.