Goleadas, goleadores

A pandemia parece que deixou os atacantes de alguns dos times que disputam o campeonato acreano com fome de bola. Nos dez primeiros jogos do returno, após a pausa forçada, foram marcados nada menos do que 44 gols. Uma média altíssima de 4,4 por jogo. Os placares estão agitados!

Até o momento já foi registrado três vezes o placar de 3 a 1 (São Francisco x Vasco, Atlético x Humaitá e Plácido de Castro x Náuas). O placar de 4 a 2 apareceu uma vez (Andirá x Humaitá). E houve duas grandes pancadas de 7: Rio Branco 7 a 1 no Vasco e Galvez 7 x 0 no São Francisco.

Em duas das três vezes que foi registrado o placar de 3 a 1, até que não se pode considerar uma surpresa assim tão absurda. O Atlético vencer o Humaitá por essa contagem configura-se muito normal. Da mesma forma, não há grande surpresa em ver o Plácido enfiar esse placar no Náuas.

Já o São Francisco, notório saco de pancadas do futebol seringueiro, não creio que alguém esperasse a lapada desferida no Vasco. Ao longo do tempo, esses dois clubes menores, sempre lutando com enormes dificuldades e crônica falta de recursos, sempre protagonizaram confrontos equilibrados.

Mas nessas primeiras rodadas, no meu ponto de vista, surpresa mesmo foi o 4 a 2 que o Andirá aplicou no Humaitá. Se for procurar na história recente do futebol acreano, não creio que o Andirá tenha vencido alguém por um placar desses. Totalmente improvável, penso aqui com os meus botões.

No que diz respeito ao atropelamento do Rio Branco sobre o Vasco, aí ninguém pode dizer que foi tão surpreendente assim. Se o Vasco já havia perdido para o São Francisco e para o Andirá, então nada mais natural que levasse uma lapada federal do Estrelão, célere em busca de outro pódio.

Quanto à porrada do Galvez no São Francisco, creio que ficou mais ou menos evidente que a vitória do time católico, na estreia, foi só fogo de palha. Ou isso, ou então os caras se empolgaram. Se o caso foi esse, houve um erro de cálculo. E quando se erra o cálculo, não tem santo que ajude.

E devem vir mais algumas goleadas por aí. Já na rodada deste fim de semana, levando-se em conta alguns confrontos, como Rio Branco x Humaitá, por exemplo, é bem provável que pinte mais uma chuva de gols. O Humaitá já perdeu duas e talvez não consiga mesmo ganhar de ninguém.

É isso. Eu não sei se foi a pandemia ou a vacina russa. O que eu sei, conforme eu disse lá no primeiro parágrafo, é que os atacantes do futebol acreano voltaram, depois da pausa, com uma exagerada fome de bola. Sorte dos telespectadores (já que as arquibancadas estão vazias). Azar dos goleiros.