Vi, li e ouvi por aí que os cientistas acabaram de encontrar indícios de vida no planeta Vênus. Pra maioria de nós, comuns mortais, Vênus é só uma estrela colorida e brilhante. A famosa estrela d’Alva, até então considerada absolutamente inóspita, agora recebe todas as atenções da espécie humana.
Enquanto isso, como na canção do descendente dos Buarque de Holanda, “aqui na Terra estão jogando futebol”. E nessas de chutar uma bola rumo às traves dos inimigos, o Imperador Galvez, time da Polícia Militar do Acre, sagrou-se pela primeira vez campeão estadual de futebol profissional.
Fundado em março de 2011, o Galvez teve que passar, inicialmente, pela segunda divisão do futebol acreano para se juntar aos membros da divisão de elite. Precisou de duas tentativas para subir de patamar. Depois que subiu, porém, esteve sempre ali entre os postulantes diretos ao título.
E falando-se de estar sempre entre os postulantes do título, o Galvez bateu três vezes na trave, ficando com os vice-campeonatos de 2015 (perdeu para o Rio Branco), 2018 (novamente foi derrotado na final pelo Rio Branco) e 2019 (sucumbiu frente ao Atlético). Era vice que parecia não acabar mais.
Então, como no argumento da sabedoria popular, no qual um fluxo de água mole sempre fura a pedra dura, de tanto que bateu o Galvez levantou o seu primeiro “caneco” (teve um da segunda divisão, em 2012, eu sei). E agora, certamente, vai querer abrir as asas e alçar voos cada vez mais altos.
Um voo mais alto pode ser a ascensão à série C do campeonato brasileiro, já que o Galvez começa a disputar a série D no próximo domingo. Não há nem tempo para dormir sobre os louros da vitória recente. Campeão num fim de semana e uma estreia de “responsa” já no momento seguinte.
O adversário dessa estreia vai ser o amazonense Fast Club. Um oponente de absoluto respeito que, inclusive, tem levado vantagem no confronto recente com os clubes acreanos. Tanto que no ano passado, pela mesma série D, empatou uma (0 a 0) e ganhou outra (5 a 0) do Rio Branco.
Lembrando (não custa nada lembrar, né não?) que no ano de 2019 o Galvez já disputou essa mesma série D. E foi muito mal na competição naquela oportunidade, somando apenas seis dos 18 pontos disputados. Venceu somente uma vez (Santos-AP) e empatou em três oportunidades.
Portanto, senhoras e senhores, diletos amigos que passam os olhos por estas mal traçadas de hoje, a essa altura o primeiro título de campeão acreano do Galvez, ainda que tão recente, já faz parte do passado. O perigo está na esquina. E o sinal está aberto pra vida. Um olho em Vênus e outro no Fast!