Everton Goiano é a vítima mais recente dos perigos que rondam a profissão de técnico de futebol. Foram necessários apenas quatro jogos para que a cartolagem do Atlético Acreano entendesse que ele não servia para comandar o time na Série D do Campeonato Brasileiro. Meros quatro jogos!
Digo quatro jogos porque no primeiro compromisso do Galo, aquele empate em um a um com o Ji-Paraná, fora de casa, embora o referido treinador já estivesse contratado, a rigor ele não comandou o time, limitando-se a ficar nas arquibancadas para estudar a movimentação dos jogadores.
Então, sob o comando do rodado professor, foram quatro jogos mesmo: empate com o Bragantino, no dia 26 de setembro (data do aniversário do velhinho aqui); empate com o Rio Branco, no dia 1º de outubro; empate com o Vilhena, dia 4; e derrota para o Galvez nesse sábado.
Depois da surra feia para o Galvez, é certo que ficou bem complicada a situação do Atlético no Grupo 1 dessa Série D ora em disputa. Imagino que em função dessa complicação é que os diretores atleticanos resolveram demitir Everton Goiano. Mas – pergunto eu -, será que a culpa é toda dele?
Técnico pode ser decisivo para ganhar um jogo. Igualmente pode atuar de forma direta para perder uma partida aqui e ali. Mas, na maioria das vezes, os jogos são perdidos pela incompetência dos jogadores em campo. Da mesma forma que depende do rendimento dos craques o sucesso de um time.
No caso do técnico Everton Goiano, eu presumo que ele foi contratado pelo Atlético por conta do seu currículo ao longo de anos exercendo a sua função. Certamente o nome dele não caiu do céu no colo dos cartolas do Galo. E aí, depois de alguns jogos, descobriu-se que ele não presta mais?
Como assim? Seria isso ou o Atlético, na impossibilidade de qualificar o seu elenco, optou por dar uma satisfação aos seus torcedores jogando a culpa em cima somente de uma cabeça, o que, de maneira geral, é como agem os dirigentes do futebol brasileiro? Seria isso, aquilo ou aquilo outro?
Melhor demitir um do que reconhecer a incompetência na formação de um plantel. A questão é que não se pode “tapar o sol com uma peneira”. Se os jogadores do atual time do Atlético continuarem não rendendo o que precisam, pode chamar até o velho lobo Zagallo que não vai adiantar nada.
A não ser (uma ressalva vai bem nessa hora) que existam fatores que a gente, distante dos bastidores do Atlético, não saiba para a demissão do Goiano. Se for somente pelo desempenho pífio do time em campo, não me parece justo. Toda sorte do mundo ao técnico substituto Adriano Louzada!